Frente a Frente… Mário Soares e Álvaro Cunhal – Parte II

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Segunda parte do debate moderado pelos jornalistas José Carlos Megre e Joaquim Letria entre Mário Soares, secretário-geral do PS, e Álvaro Cunhal, secretário-geral do PCP, sobre a governação, as relações entre socialistas e comunistas e os problemas sociais e económicos.

  • Nome do Programa: Frente a Frente... Mário Soares e Álvaro Cunhal
  • Nome da série: RESPONDER AO PAÍS
  • Locais: Lisboa
  • Personalidades: José Carlos Megre, Joaquim Letria, Mário Soares, Álvaro Cunhal
  • Temas: Política, Sociedade
  • Canal: RTP 1
  • Menções de responsabilidade: Apresentação: José Carlos Megre e Joaquim Letria. Realização: Herlander Peyroteo.
  • Tipo de conteúdo: Notícia
  • Cor: Preto e Branco
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3

Resumo Analítico

Joaquim Letria coloca questão sobre a reestruturação da autoridade e disciplina das Forças Armadas (FA) e o papel do Movimento das Forças Armadas (MFA) no processo revolucionário e a sua articulação com os partidos políticos, sendo que Álvaro Cunhal enfatiza a importância do Conselho da Revolução e do MFA no progresso da sociedade portuguesa e Mário Soares pronuncia-se sobre a ordem democrática afirmando que "não há democracia possível, só há ditadura da esquerda ou da direita se deixarmos destruir o Estado", a necessidade de manter a disciplina e autoridade nas FA e no MFA criticando o roubo de armas e a existência de milícias armadas, refere os Soldados Unidos Vencerão (SUV), os saneamentos e a situação do Tenente Coronel Ferreira da Cunha. 16m33: Mário Soares destaca a necessidade de recuperar as armas roubadas pelas milícias armadas e de perceber a posição do PCP face à referida situação, pronuncia-se sobre o MFA e a atuação da 5ª Divisão que considera ser "propaganda comunista e preparavam um golpe, uma ditadura militar comunista", ao que Álvaro Cunhal diz "talvez não, talvez não", e refere o Conselho da Revolução. 20m52: Álvaro Cunhal reage à intervenção de Mário Soares, afirmando que os partidos não se devem intrometer, pronuncia-se sobre o programa do MFA e o seu impacto na Assembleia Constituinte e na Constituição, garante que o PCP apoia a ordem democrática e que não apoia os piquetes e o controlo da entrada e saída dos ministros dos ministérios, defende um Estado e um Portugal democrático, pronuncia-se sobre os saneamentos, afirma que os comunistas não querem uma guerra civil e "não queremos dividir o país em dois", garante a existência de oficiais reacionários nas FA que conspiram contra a democracia ao que Mário Soares reage referindo a história do Pedro e do Lobo, e refere os oficiais envolvidos na tentativa do golpe de Estado (intentona) a 11 de Março de 1975 e os saneamentos militares e civis. 38m09: Mário Soares reage à intervenção de Álvaro Cunhal, destacando a alegada necessidade do dirigente comunista em classificar as pessoas entre reacionários e progressistas e que essa responsabilidade é do povo português, a sabotagem dos partidos de direita e esquerda incluindo o PCP, refere situação verificada no Ministério do Trabalho e afirma "quem atua contra a democracia (...) não é progressivo, é reacionário". 44m34: José Carlos Megre e Joaquim Letria interrompem e propõem que Álvaro Cunhal responda de forma concreta à intervenção de Mário Soares para de seguida passar para a fase das perguntas diretas entre os dirigentes. 46m00: Álvaro Cunhal pronuncia-se sobre a posição do PCP face ao VI Governo Provisório e reage às acusações de Mário Soares relativas ao PCP e ao aparelho de Estado, à situação no Ministério do Trabalho e garante que o PCP está disponível para o diálogo, ao que Mário Soares reage e Álvaro Cunhal retoma a palavra quanto à influência dos partidos nos sindicatos, comissões de trabalhadores e processos de autogestão e o exemplo concreto dos trabalhadores do jornal "O Século". 01h00m49: Joaquim Letria questiona os convidados sobre a influência e controlo dos partidos dos meios de comunicação social, sendo que Mário Soares afirma "sem informação livre não há democracia e sem democracia não há socialismo", confessa ler as crónicas de Álvaro Cunhal e critica globalmente da imprensa do bloco ocidental e do bloco socialista e refere a postura de esmagamento dos partidos comunistas face a opiniões contrárias quando infiltrados em algum órgão de comunicação social, dando como exemplo os jornais ?Diário de Notícias? e ?O Século?, a rádio e a televisão. 01h06m50:Mário Soares comenta a estatização, ou não, dos órgãos de comunicação social, critica a tomada e ocupação das instalações da Rádio Renascença defendendo a liberdade religiosa, relaciona a atual baixa de tiragem dos jornais estatais com os 12% do eleitorado comunista referindo-se implicitamente à influência do PCP nos jornais do Estado e faz alusão aos conflitos entre os trabalhadores e a direção de jornais atribuindo a responsabilidade do PCP. 01h08m13: Joaquim Letria intervém referindo a alegada proteção que Raul Rego ofereceu ao PS enquanto exercia as funções de ministro da Comunicação Social do I Governo Provisório e Mário Soares reage negando tal proteção e defende que as liberdades devem ser garantidas a todos incluindo aos seus adversários. 01h11m42: Joaquim Letria intervém referindo o jornalista André Fontaine e os jornais alegadamente anticomunistas e Álvaro Cunhal pronuncia-se sobre a atividade dos jornais que insinuam e publicam mentiras sobre o PCP, a liberdade da imprensa portuguesa, afirma que "ainda não temos um regime político (...) temos uma dinâmica revolucionária" em Portugal, refere o Caso República relativo ao jornal "República" e a reação da imprensa estrangeira reacionária à democracia portuguesa, ao que Mário Soares diz "não vale a pena mais teatros" e compara as afirmações de Álvaro Cunhal com as de Marcelo Caetano, defende a necessidade de criar estatutos para a comunicação social de acordo com os trabalhadores e crítica, a nível de exemplo, a atuação da televisão portuguesa. 01h24m34: Mário Soares e Álvaro Cunhal debatem os exemplos do "Diário de Notícias" e "O Século" e atividade de ambos e se os partidos políticos devem ter a liberdade de fazer campanha e propaganda através da imprensa e meios de comunicação social e Mário Soares afirma que os comunistas e fascistas partilham o mesmo mecanismo mental de "quem não é connosco, é contra nós" e Álvaro Cunhal diz que está enganado e que os comunistas nunca disseram que "Francisco Sá Carneiro [secretário-geral do PPD] come criancinhas" mas que o classificam como reacionário. 01h28m25: Mário Soares afirma que Francisco Sá Carneiro é um democrata e que o povo português preferiu o PPD em detrimento do PCP, nas últimas eleições, e enfatiza a importância do diálogo e Álvaro Cunhal discorda afirmando que não pretendem expulsar o PPD do país mas sim do governo e considera que o PS está preocupado dizendo "olhe que está! olhe que está". 01h31m20: Mário Soares enfatiza a importância do diálogo e da paz e de defender e salvar, em primeiro lugar, Portugal e só depois a revolução feita em liberdade e respeito e comenta a situação de crise que afeta vários setores produtivos como o pequeno comércio, agricultura, reforma agrária, turismo, falta de trabalho e a fuga do país de técnicos especializados. 01h36m04: Mário Soares refere os desajustes no sistema judicial e a falta de condições das prisões portuguesas bem como a prisão de carácter preventivo efetuada aos agentes da antiga Polícia Internacional de Defesa do Estado/Direção-Geral de Segurança (PIDE/DGS) que ainda não foram submetidos a julgamento, enquanto Álvaro Cunhal afirma acreditar mais nos tribunais populares, alerta para a necessidade de julgar os agentes da PIDE/DGS e de os manter na cadeia até que o perigo de contrarrevolução reacionária passe, lembra que o PCP é alvo de ataques terroristas e defende a não libertação dos agentes da PIDE/DGS de modo a evitar que se aliem ao Exército de Libertação de Portugal (ELP) e ao Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP). 01h41m04: Álvaro Cunhal elogia os aspetos positivos da reforma agrária, através do exemplo das cooperativas e dos trabalhadores no Alentejo.

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