Eu Sou Ilhéu
Programa de informação sobre a situação atual dos moradores das habitações ilegais das ilhas da Ria Formosa, a propósito do projeto de ordenamento e requalificação da orla costeira "Polis Litoral Ria Formosa" que implica a demolição das referidas habitações, uma reportagem da autoria da jornalista Sandra Vindeirinho.
Resumo Analítico
Manifestantes com camisolas “Je suis Ilhéu” e a segurar cravos contra o projeto "Polis Litoral Ria Formosa" na Ilha da Culatra; declarações de Cláudia Fernandes, mariscadora; imagens aceleradas do amanhecer; exterior de habitações no Ilhote do Coco alternado com família Fernandes que efetua tarefas quotidianas em casa, referem as acusações de clandestinidade relativamente à sua situação e as suas condições de vida; Carlos Fernandes, mariscador, e Laura, filha de Carlos, no barco e a despedirem-se no cais em Olhão. 03m26: Barco “Rufião” atracado; estruturas de apoio à pesca, pertencentes à Autoria Portuária, na Ilha Deserta; Fernando Alves “Mestre Alves”, pescador e único habitante da ilha, prepara frango e alimentos para caldeirada, dá pedaço de carne a cão, colhe ervas, recorda a sua vinda para a ilha e afirma a sua vontade de ali permanecer alternado com homem a fazer mergulho e imagens aceleradas de Fernando a colocar a mesa; vegetação. 05m59: Vistas aéreas da Ria Formosa (fonte: Maximilian Xavier) alternado com Óscar Ferreira, especialista em dinâmica litoral, refere as características físicas do parque; grafismo de mapa com a localização de Faro, Tavira e da Ria com destaque para Cabanas, Tavira, Armona, Culatra (núcleos habitacionais em Culatra, Hangares e Farol), “Ilha” de Faro e Deserta; Mestre Alves prepara câmara de filmar em binóculo ao mesmo tempo que explica o seu funcionamento; exterior das estruturas na Ilha Deserta. 08m06: Imagens de arquivo da agitação marítima e de destroços de habitações na Ilha da Armona na Fuzeta em 2010, de demolições de habitações, de manifestações contra o projeto ocorridas em 2015 e de manifestantes na Assembleia da República a 10 de abril de 2015, de José Sócrates, primeiro-ministro, a libertar garça em ocasião do arranque do projeto a 2 de maio de 2008 e de declarações de Jorge Moreira da Silva, ministro do Ambienta, a 3 de dezembro de 2014 alternado com Sebastião Teixeira, do “Polis Litoral Ria Formosa”, a explicar em que consiste o projeto e a situação de alguns moradores; Carlos Fernandes atira âncora ao mar e em ambiente familiar. 11m23: Lucélia, filha mais nova do casal Fernandes, Carlos Fernandes retira água da cisterna, refere as condições de vida da sua família e o abastecimento de água e critica a posição da Sociedade Polis Litoral Ria Formosa alternado com Sebastião Teixeira que refere os prazos para resolver a situação das pessoas desalojadas; Cláudia Fernandes, mariscadora, efetua tarefas domésticas; imagens aceleradas do esvaziar da maré; família Fernandes caminha pela praia. 13m57: Timóteo Casaca, comerciante, prepara barco, chega ao cais da ilha da Culatra, descarrega mercadoria, carrega caixas até mercado e refere a legalidade da sua situação alternado com exterior de habitação; mulher veste camisola “Je suis Ilhéus”; Neuza Martins, pasteleira, confeciona bolos e coloca-os em bandejas e refere a sua atividade e condição de habitação; bandeira de Portugal; pessoas no barco carreira e a desembarcar; pescadores a executarem diversas tarefas; Sílvia Padinha, da Associação de Moradores da Culatra (AMC), refere a ocupação humana da ilha e as suas principais atividades comerciais. 16m40: Funcionária da AMC puxa carrinho e organiza a correspondência dos moradores nas caixas de correio; mulher recolhe correio; vida quotidiana e infraestruturas públicas da ilha; heliporto e respetiva placa de inauguração; imagens de arquivo dos moradores a construir ilegalmente o heliporto 9 de outubro de 2013; Sílvia Padinha refere as razões que levaram à construção do heliporto e afirma que “no núcleo da Culatra não entram de certeza. Só por cima de muitos cadáveres, na Culatra não entram” alternado com Diana no salão de beleza, e cliente; idoso arranja peixe; gaivota; Sebastião Teixeira salienta a identidade própria de Culatra e a necessidade legalizar a ilha. 19m54: Vistas aéreas da Ilha do Farol alternado com habitações; Óscar Ferreira destaca a desigualdade na forma de lidar com as várias ilhas e a dificuldade de gerir tal situação; manifestantes seguram cartazes de protesto; exterior de casa férias; Jorge Rico, reformado, comenta a sua situação atual, entra em casa, observa documentos e faz a cama. 22m30: Vistas aéreas da ilha de Hangares alternado com cerca de arame farpado; portão do antigo campo de treinos da Marinha; idosos; Vitorino Neves, habitante, recorda situações ocorridas no fim da I Guerra Mundial e recusa-se a sair de sua casa; praia; Sebastião Teixeira nega existir qualquer objetivo turístico para as ilhas. 24m08: Camaleão; António Castelo, biólogo, tira fotografias a aves na ilha Deserta e comenta a forma como a ilha tem sido ocupada e a riqueza natural; vídeo ilustrativo da caça do camaleão (fonte: Aidnature.org); subida da maré; convívio entre Mestre Alves, pescadores e António Castelo durante refeição; Mestre Alves grelha carne e refere as reações das pessoas que o visitam na ilha. 26m03: Família Fernandes apanha lingueirão na ria, chega a Ilhote do Coco e comenta a rede colocada junto à sua casa alternado com Mestre Alves a preparar instrumento (“mola recuperadora”) para extrair os lingueirões das tocas e explica o processo de invenção das ferramentas de pesca que utiliza; rede delimitadora; Laura e Lucélia veem televisão e tomam banho; imagens aceleradas do anoitecer; Mestre Alves puxa fio de pesca e respetivo anzol com peixe capturado, coloca-o em mala anexada ao barco e refere o seu último desejo alternado com vistas gerais e aéreas da ria (fonte: Maximilian Xavier).