Entrevista com Diogo Freitas do Amaral

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Entrevista conduzida pela jornalista Judite Sousa a Diogo Freitas do Amaral, sobre os factos que mais têm marcado a atualidade informativa.

  • Nome do Programa: Entrevista com Diogo Freitas do Amaral
  • Nome da série: Grande Informação
  • Locais: Lisboa
  • Personalidades: Judite de Sousa, Diogo Freitas do Amaral
  • Temas: Política, Sociedade
  • Canal: RTP 1
  • Menções de responsabilidade: Apresentação: Judite de Sousa. Produção: Teresa Claro. Realização: Fátima Alves.
  • Tipo de conteúdo: Programa
  • Cor: Cor
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3 PAL

Resumo Analítico

Temas em análise: Resultados das Eleições Legislativas; composição do próximo governo; o seu espaço de intervenção política e as críticas do líder do CDS-PP, aquando da notícia dos resultados eleitorais; a opinião de Cavaco Silva relativamente a uma possível coligação entre o PSD e o CDS-PP; futura coabitação entre o governo PSD e o presidente da República Jorge Sampaio; a situação política em Angola, a figura de Jonas Savimbi e as conversações de paz. Declarações de Cavaco Silva, antigo primeiro-ministro, relativamente a uma possível coligação entre o PSD e o CDS-PP (em entrevista dada ao jornalista Vítor Gonçalves). Pontos mais importantes da entrevista a Diogo Freitas do Amaral: - Afirma que não ficou surpreendido com os resultados obtidos, constatando no entanto, que o Partido Socialista teve um resultado melhor "... do que aquele que se poderia esperar, dadas as circunstâncias dificílimas em que partiu para estas eleições...". - Elogio ao Secretário-Geral do PS, Ferro Rodrigues, "... conseguiu criar uma relação de empatia com o seu eleitorado e mobilizar aqueles que à partida estariam predispostos para se abster ...". - A governação do PSD terá de ter em atenção o bom resultado conseguido pelo PS. - Ficou surpreendido com os bons resultados obtidos pelo CDS-PP e elogia Paulo Portas pela sua determinação e capacidade mediática. - Congratula-se pela maioria de Centro/Direita conseguida nestas eleições. - O Bloco de Esquerda continua a progredir nos resultados (apesar de menos do que seria esperado). - O PCP está a atravessar uma grande crise devido, por um lado, à falta de adaptação à nova realidade mundial e por outro, por estar sujeito ao voto útil no PS e ao surgimento do Bloco de Esquerda que lhe tem retirado muito eleitorado. - Defende, após pesar o problemas, ser preferível a existência de governos de Maioria, para não ser necessário ter de negociar constantemente cada passo do Governo. - Defende o governo de coligação entre o PSD e o CDS-PP: torna-se mais fácil governar, a situação económica do país assim o exige e Paulo Portas deverá participar no governo. - Uma hipotética participação de Paulo Portas no próximo governo deverá ter em conta, por parte do PSD, um grande respeito pelo partido com menos votos e por parte de Paulo Portas, grande humildade; se estas condições não forem observadas os dois partidos sairão penalizados nas próximas eleições. - A experiência portuguesa apontaria para a atribuição da pasta dos Negócios Estrangeiros a Paulo Portas. Existe, no entanto, o problema delicado relativamente à sua posição nas organizações partidárias europeias, dado que o CDS-PP não pertence a nenhuma (Internacional Socialista e Partido Popular Europeu). - Relativamente às pastas governamentais, Paulo Portas estará vocacionado para uma com conteúdo Social (este tema terá sido responsável por uma grande parte dos votos obtidos). - Relativamente à acusação de Paulo Portas "... aquele (Amaro da Costa) que em nenhuma circunstância nos trairia...", Freitas do Amaral esclarece a sua posição relativamente ao CDS-PP: Não traiu o partido pois à mais de 10 anos que saiu do mesmo e passou a ser independente, portanto "...a coisa mais lógica do mundo é que não continuasse a votar no CDS..."; o partido diz-se de Direita, Conservador, antifederalista, contra a Regionalização e Freitas afirma-se Centrista, Liberal, Federalista e a favor da Regionalização de Portugal. - A União dos Partidos Democratas Cristãos Europeus (Partido Popular Europeu), excluiu o CDS por considerar que este não tinha as características de um partido democrata-cristão europeu e a situação mantem-se. - Relativamente à acusação de ter mudado, afirma que foi um dos membros fundadores do PPE, tendo o CDS-PP sido posteriormente expulso devido a posições de Manuel Monteiro; Freitas, no entanto, continuou a pagar as suas cotas e mais tarde o PSD foi admitido no PPE por iniciativa de Marcelo Rebelo de Sousa, situação que continua e que prova que não mudou o seu rumo político. - O facto de Freitas do Amaral e outros independentes terem apoiado o PSD, devido ao momento difícil que está a atravessar o país, terá contribuído, segundo a sua opinião, para a vitória do partido. - Reconhece que existe dentro do PSD duas correntes, uma que defende que a melhor forma de governar será fazer um acordo com o CDS e outra que defende que a melhor solução será o PSD governar sozinho, negociando à Esquerda e à Direita. - A opinião de Freitas é que na situação atual em que o PS está "...muito forte (...) e com um CDS-PP que se for excluído do governo, ficará de má vontade contra o PSD...", haverá pouco espaço para o PSD governar à vontade. - O Presidente Jorge Sampaio já mostrou que não interfere na vida interna dos governos e dos partidos, daí que a coabitação será pacífica. - Conheceu pessoalmente Jonas Savimbi e admira a sua luta contra um regime de ditadura de partido único. Mas, após a assinatura dos acordos de Lusaka, este não soube "..integrar-se no espírito de paz que era necessário construir em Angola...". - Savimbi não tem nenhum continuador à sua altura, e a UNITA está "condenada" a fazer a paz, cabendo ao Presidente Eduardo dos Santos, o papel de ficar para a História como o "homem da Guerra ou, da Paz".

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