Entrevista a Vítor Constâncio
Intervenção, em directo de Roma, do jornalista Fernando Balsinha, sobre a Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Europeia e, em estúdio, o jornalista José Eduardo Moniz entrevista Vítor Constâncio, ex-Secretário-Geral do Partido Socialista (PS) e atual consultor do Banco de Portugal, sobre a recandidatura de Mário Soares à Presidência da República, a vida interna no PS e a adesão de Portugal ao Sistema Monetário Europeu.
Resumo Analítico
Balsinha afirma que a ajuda financeira da Comunidade Europeia à União Soviética, apesar de ser um dos temas da Cimeira extraordinária não é um dos assuntos fundamentais em discussão; José Eduardo Moniz apresenta o convidado; Constâncio afirma que abandonou a liderança do PS, há dois anos, para que o partido pudesse clarificar as relações com Mário Soares, Presidente da República; lembra que durante a sua liderança houve algumas ingerências de Soares na vida interna do PS; sublinha que não confunde razões pessoais com razões políticas justificando, assim, o apoio à recandidatura de Soares à Presidência da República; diz que 1991 pode ser o ano da reconfirmação dos resultados que o PS obteve nas últimas Autárquicas. 16m40: Constâncio desvaloriza as sondagens que dão mais popularidade a Cavaco Silva , Primeiro-Ministro e Presidente do PSD, do que a Jorge Sampaio, Secretário-Geral do PS; defende que o único aspeto da Constituição que poderá precisar de ser revisto é o que respeita ao sistema político; garante que deixou a política ativa e que a sua vida está inteiramente dedicada a assuntos económicos; afirma que não está disposto a voltar à política ativa; sobre a adesão de Portugal ao Sistema Monetário Europeu em 1991, Constâncio diz que mostra o seu acordo mas sublinha que tal adesão está dependente do comportamento da inflação no nosso país.