Jornalista Mário Crespo recomeça a entrevista a Jorge Sampaio; o convidado diz que não confunde as suas funções de Secretário-Geral do PS com o facto de ser, também, Presidente da Câmara de Lisboa; Sampaio acusa os vereadores do PSD de Lisboa de estarem a fazer uma guerra à sua gestão camarária com fins eleitoralistas; explica a sua atuação à frente da autarquia; admite que as obras são demoradas e critica o Governo por dispensar os concursos públicos para as grandes obras nacionais e não o fazer quando se trata de autarquias; defende que é preciso diminuir a burocracia para agilizar a gestão pública; nega que a Câmara Municipal só tenha usado uma pequena parte dos fundos disponíveis para a habitação e expõe os seus argumentos. 07m30: Garante que, por sua vontade, as obras em curso e a lançar na capital andarão rapidamente mas acrescenta que encontrou uma grande falta de planeamento quando chegou à Câmara; explica que nas Avenidas Novas as obras se atrasaram dois meses porque, pela primeira vez, foi possível modernizar as instalações de água, gás e eletricidade simultaneamente; sobre a via Norte-Sul, o autarca afirma que o contrato original obrigava a Câmara a pagar mais de 50% da obra e porque tentou renogociá-lo, a concessão da obra de construção ficou atrasada. 13m35: Sampaio lembra que o caso do Centro Colombo está em tribunal e diz ter esperança que através do diálogo a situação se resolva; garante que ter aceite o desafio de ser Presidente da Câmara Municipal de Lisboa só o fará ganhar porque os eleitores ficam a saber que é um político responsável e que não tem medo das dificuldades. 18m00: Jorge Sampaio justifica porque não esteve na Assembleia da República no dia em que o Orçamento do Estado foi apresentado e explica a posição do seu partido em relação a este documento do Governo; acusa o Governo de subavaliar as receitas e afirma que a carga fiscal, ao contrário do que diz o Executivo, não vai baixar. 26m29: O Secretário-Geral do PS diz que se perdeu a oportunidade de reestruturar a agricultura portuguesa e lembra que a segunda fase da integração europeia, nesta área, será muito difícil para o nosso país; crítica a política industrial do Governo; lembra que continuam a haver profundas injustiças na distribuição de riqueza; defende um Estado mais eficaz e só onde é necessário; diz que a grande falha do Governo do PSD foi a inflação e prevê grandes dificuldades com a entrada de Portugal no Sistema Monetário Europeu. 33m37: Sobre o processo de paz para Angola, o líder socialista nega comentar o assunto por entender que não é o momento indicado; diz que o país não sabe o que é que o Governo pensa que a crise do Golfo Pérsico não se resolver por via negocial; o Secretário-Geral do PS mostra-se preocupado com a evolução da situação política no Leste europeu e chama a atenção para o risco de crise social nesses países; adianta que o fim do modelo socialista a Leste abre espaço para um grande debate mundial sobre a reorganização da Esquerda; nega que haja um acordo secreto entre o PS e o PCP.