Entrevista a Jonas Savimbi – Parte I
Primeira parte do programa apresentado pelo jornalista José Manuel Barata-Feyo, com entrevista realizada na Jamba, no sul de Angola, a Jonas Savimbi, líder da UNITA, e que incide na situação política atual de Angola e os resultados do encontro em Gbadolite, no Zaire, onde foi acordado o cessar-fogo com o MPLA.
Resumo Analítico
Jornalista José Manuel Barata-Feyo, em estúdio, introduz a entrevista que manteve com o líder na Unita, acompanhado pelos principais dirigentes políticos e militares do movimento. 03m24: Savimbi começa por dizer que não aceita exilar-se, como é o pedido do MPLA no programa do processo de paz para Angola, justificando que o partido no Governo assim o exige por "fraqueza"; acusa o MPLA de ter falhado a guerra, e de não conseguir fazer com que no seio da UNITA surjam grupos que se virem contra o seu Presidente; como solução para a situação em Angola apresenta a necessidade de um governo de coligação e transição (MPLA-UNITA) antes da existência de eleições; discorda do jornalista sobre os africanos não pretenderem eleições nos seus países e cita o caso da Argélia; para a eventualidade de perder as eleições Savimbi sugere como resposta um jogo diplomático e político no sentido da criação de uma oposição; menciona o encontro, tido em Gbadolite, no Zaire no qual foi acordado o cessar-fogo, e o aperto de mão a José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola e do MPLA, bem como o resultado das conversações resultantes entre o Presidente, a UNITA e 18 chefes de Estado africanos; 15m50: ainda sobre o encontro, Savimbi não se mostra surpreendido com os bons resultados dada a sua confiança, a mesma que quer incutir ao povo angolano, na paz para o país; Savimbi destaca as diferenças entre a situação atual no país e a vivida em 1974, aquando da independência de Portugal. 22m02: fim da 1ª parte. 22m20: 2ª parte; Savimbi fala sobre as relações entre Portugal e Luanda, as reacções internacionais a Gbadolite, recusando-se a enumeras os países que manifestaram apoio à UNITA, e revelando, igualmente, as reacções dos chefes de Governo dos países do PALOP; 28m12: pretende que Portugal tome uma posição comum face ao conflito e afirma que não pretende voltar a pedir visto para visitar o país, dado que tem um calendário muito ocupado; no que diz respeito à cooperação entre os dois países Savimbi aponta a falta de comunicação entre Lisboa e a UNITA, mas indica Portugal como o primeiro parceiro internacional para Angola; como principais interesses destaca medidas ao nível dos transportes, obras públicas e agricultura; 34m58: concorda com a relação entre a política de Gorbachev , Presidente da União Soviética, e a situação na África Austral, e mostra-se optimista na retirada dos cubanos, que apoiam o MPLA, de Angola; mostra desconhecimento em relação ao número de exacto de cubanos que a UNITA mantém prisioneiros; 39m25: especifica os desafios para o país caso ganhe umas eventuais eleições.