Entrevista a Joana Simeão
Lisboa, jornalista Francisco Ribeiro Soares entrevista Joana Simeão, vice presidente do Grupo Unido de Moçambique (GUMO), sobre a posição do grupo perante a atual situação política moçambicana.
Resumo Analítico
Joana Simeão refere as razões que levaram à criação do GUMO, destacando a necessidade de "encontrar aliados naqueles que nos pareciam mais liberais" e referindo o contacto com Baltazar Rebelo de Sousa, ex-ministro do Ultramar e antigo governador de Moçambique, as limitações que o antigo regime impunha na ação do GUMO e o objetivo de se tornarem um grupo de pressão que angariasse apoio entre a população. 38m30: Refere a colaboração de António de Almeida Santos, a quem se refere como amigo, na elaboração dos estatutos do GUMO, a reação do GUMO à revolução do 25 de abril e as manifestações realizada contra o grupo, comenta a manifestação organizada pelo GUMO em Lourenço Marques onde foram avistados cartazes de apoio à Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e refere a relação política com a FRELIMO. 42m40: Joana Simeão destaca o encontro com dirigentes da FRELIMO em Paris, afirma que o GUMO é "contra o tribalismo (...) não quer balcanizar Moçambique", a importância do diálogo e da composição do futuro governo de forma a evitar conflitos internos, recusa comentar a possibilidade de cessar fogo entre a FRELIMO e as Forças Armadas Portuguesas em Moçambique e afirma que o grupo não tem o direito de intervir nesta questão, considera que o GUMO deve ser tido em conta na formação do governo moçambicano, o referendo proposto pelo General António de Spínola, presidente da República, a preocupação de alcançar a paz através do diálogo entre a FRELIMO e as autoridades portuguesas e consequente independência de Moçambique. 51m05: Francisco Ribeiro Soares informa, a partir de telegrama enviado de Dar-Es-Saalam, Joana Simeão que a FRELIMO vai iniciar amanhã em Lusaka as negociações com Portugal para cessar fogo ao que a entrevistada diz "Bravo".