Eles sabem tudo? – Parte I
Primeira parte do debate moderado por Maria João Seixas com um painel de convidados composto por José Nogueira de Brito, advogado e deputado pelo CDS, José Pacheco Pereira, professor universitário e deputado pelo PSD, e José Magalhães, professor universitário e deputado pelo PS, todos participantes de programa radiofónico da TSF de temática aberta, sobre o saber amplo e diversificado e o poder da comunicação, abordando-se a necessidade de tempo de antena e a seleção de programação da televisão pública bem como a relação entre a cultura e o Estado português.
Resumo Analítico
Paralíticos a p/b dos convidados. Maria João Seixas anuncia o tema do programa e apresenta os convidados. Nogueira de Brito afirma que a condição de político exige sabedoria nuclear geral, explica como a radiofonia prolonga a política no seu quotidiano e realça a importância do saber geral para suprir a escassez de deputados do seu partido na Assembleia da República. Pacheco Pereira nega que a classe política saiba tudo, comparando-a com o discurso jornalístico pela capacidade de falar de tudo, nem sempre com a mesma intensidade; aborda o poder da fala que justifica a sua utilização intensa de diversos meios de comunicação, o gosto pela discussão e o alastramento das suas ideias discutidas que quando se instauram passam ao anonimato. Maria João Seixas introduz o tópico da disputa pelo tempo de antena dos convidados que o admitem. Pacheco Pereira salienta o papel do ego no gosto pela discussão. José Magalhães critica a teoria da captação de Pacheco Pereira mas realça o teste feito aos argumentos, o interesse na discussão de temas sem direito de veto e a necessidade de lidar com o desconforto pessoal ou político, fala da rutura política que foi protagonista e das consequências dessas discussões na definição de mudança. Nogueira de Brito diz que todos os convidados protagonizaram ruturas que servem de "muleta global". José Magalhães explica que argumentos débeis podem conduzir a três comportamentos distintos entre os críticos e elogia a ironia distinta e capacidade de comunicação de Nogueira Brito. Nogueira Brito fala na vedação à comunicação livre do antigo regime salazarista. Pacheco Pereira explica a necessidade da aprendizagem útil com memória viva das suas vivências. O deputado pelo CDS José Nogueira de Brito refere como é feita a escolha dos temas propostos no programa tendo em conta o desconforto de cada um alternadamente. José Magalhães afirma que há sempre coincidência na escolha da relevância dos temas, a questão da moda e a necessidade de comentar temas irrelevantes pela sua atualidade em prol de realidades interessantes.