Discurso de Sá Carneiro no debate do Programa do VI Governo Constitucional
Lisboa, Assembleia da República, discurso de Sá Carneiro, Primeiro-Ministro, no encerramento do debate do programa do VI Governo Constitucional.
Resumo Analítico
Sá Carneiro rejeita o tom solene da oposição que critica o programa do governo e acusa PS e PCP de logo no primeiro dia da apresentação do programa terem rejeitado o programa. 10m10: Sá Carneiro defende que afirmar que uma maioria parlamentar não é uma maioria nacional é atentar contra a democracia representativa; diz que o governo se sente forte perante esta representatividade; critica a oposição por pôr em causa a constitucionalidade das intenções do governo, apelando à oposição para a noção do ridículo. 22m10: Diz que não fez nenhum saneamento na empresa Notícias Capital; fala sobre a política de comunicação social, a promoção da independência e isenção em relação ao governo e o apoio financeiro à sua actividade; fala dos prejuízos das empresas estatais de comunicação. 31m50: Sá Carneiro aborda a política internacional, condenando a invasão do Afeganistão pela União Soviética, que acusa de expansionista e imperialista; fala sobre a nomeação institucional de embaixadores e rejeita encarar as embaixadas como de embaixadores, entregando-as a amigos políticos, como outros governos fizeram (referindo-se a interpelação de Mário Soares, PS, sobre a não autorização do regresso de Maria de Lurdes Pintasilgo, Primeiro-Ministro cessante, à embaixada de Paris). 43m10: Fala sobre política energética e a assinatura de acordo com a União Soviética e constata o aumento de preços do barril nos últimos anos; diz que a situação económica nacional é muito difícil e que o governo terá de fazer opções. 50m15: Fala sobre o sector público e sector privado, e manifesta o desejo que as empresas estatais não representem fardo para os contribuintes; afirma que favorecerá a iniciativa privada e a racionalização das empresas estatais, numa óptica de progresso económico e não de restauro de privilégios; apresenta valores de crédito à agricultura; fala sobre o sector de Justiça e o apoio e meios às forças de segurança; diz que a partir de agora o governo decidirá e pede que os políticos se deixem de debates ideológicos e trabalhem para resolver os problemas nacionais.