Discurso de António de Oliveira Salazar – Parte II

00:47:42

Lisboa, Assembleia Nacional, discurso "O Ultramar Português e a ONU" de António de Oliveira Salazar, presidente do Conselho de Ministros, sobre as resoluções da Nações Unidas (ONU), colonialismo português e a questão ultramarina portuguesa no contexto internacional, em sessão extraordinária.

  • Nome do Programa: NOTICIÁRIO NACIONAL DE JUNHO]
  • Nome da série: NOTICIÁRIO NACIONAL DE 1961
  • Locais: Lisboa
  • Personalidades: António de Oliveira Salazar
  • Temas: Política
  • Canal: RTP 1
  • Tipo de conteúdo: Notícia
  • Cor: Preto e Branco
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3

Resumo Analítico

Salazar aborda os problemas conjunturais de cada província, fazendo a sua descrição geográfica, política e económica, explicando a impossibilidade de cada uma delas assumir a sua autodeterminação e independência. 35m30: Salazar afirma que " (...) sempre que as Nações Unidas advogam a autodeterminação como acesso possível a soluções diversas só podem de facto chegar à independência dos territórios e quando conseguissem a independência destes ser-lhes-ia vedado qualquer coisa diferente da sua integração noutros estados, isto é a transferência da soberania para algumas delas. Ora sendo esta a questão, devo dizer que em qualquer das hipóteses não podemos ser considerados nem menos dignos, nem menos aptos para o governo, nem menos predispostos que outros para a influencia civilizadora sobre os povos de raças diferentes que constituem as províncias além mar." 36m38: "Tentar despojarmo-nos dessa soberania seria pois um ato injusto, além de injusto, desprovido de inteligência prática. Não somos uma velha nação, que vive agarrada às suas tradições e por isso se dispõe a custear com pesados sacríficos a herança que do passado lhe ficou, mas acha isso natural, acha que lhe cabe o dever de civilizar outros povos e para civilizar pagar com o suor do rosto o trabalho da colonização. Se fosse possível meter alguma ordem na atual confusão da oratória política internacional talvez se pudesse distinguir melhor a colonização do colonialismo, ambição humana e a empresa económico que se dá dá e se não dá se larga"; pessoas aplaudem. 38m10: Salazar refere as províncias de Angola e Moçambique e a cobiça por elas suscitada no panorama dos grandes interesses mundiais e a política portuguesa em África, descreve alguns dados estatísticos da Organização Mundial da Saúde, refere os projetos e construções de iniciativa portuguesas nos territórios ultramarinos na saúde, educação e formação. 48m12: Salazar desvaloriza as "coisas materiais", aborda o problema do racismo, enfatizando "que acima tudo importa é o tipo de relações humanas. A maneira de ser portuguesa, os princípios morais que presidiram aos descobrimentos e à colonização fizeram que em todo o território nacional seja desconhecida qualquer forma de discriminação e se hajam constituído sociedades plurirraciais impregnadas do espírito de convivência amigável e só por isso pacifica" e foca a existência em Angola e Moçambique de uma "comunidade de raças vivendo em harmonia e compreensão"; pessoas a aplaudir nas bancadas. 54m19: Referência às fórmulas políticas e pergunta retoricamente "o que seria de Angola na atual crise se a Angola não fosse Portugal?" sendo aplaudido, enfatiza a estrutura constitucional portuguesa como a mais indicada para gerir o território, critica as deliberações da ONU relativamente "ao convite às autoridades portuguesas para cessarem imediatamente as medidas de repressão é uma atitude teatral do Conselho de Segurança e que ele não tem a menor esperança de ver atendida", sendo interrompido por aplausos dos membros do governo e deputados. 01h02m04: Salazar pronuncia-se sobre a situação de Angola afirmando que a mesma se pode tornar uma ameaça para a paz e segurança internacionais e que "tudo começa a estar do avesso no mundo que os que agridem são beneméritos, os que se defendem são criminosos e os estados que se limitam a assegurar a ordem nos territórios são incriminados pelos mesmos que estão na base da desordem que ali lavra", e a questão ultramarina portuguesa no contexto internacional. 01h05m35: Comenta a "campanha de difamação internacional dirigida pela Rússia comunista (...) vemos que a mesma não conseguiu escurecer muitas das melhores inteligências nem arrastar consigo a opinião dos países representados". 01h07m30: Salazar afirma "até que os europeus compreendam contra este sudoeste da Europa, continuam a desferir-se golpes sobre todos os pretextos porque é necessário fazê-lo ruir para cair tudo mais. Sejam quais forem as dificuldades que se nos deparem e os sacríficos que nos impunham não vejo outra atitude que não seja a decisão de continuar. Esta decisão é imperativo da consciência nacional, porque eu sinto em uníssono com os encarregados de defender lá longe a terra da pátria. Esta decisão é nos imposta por todos quantos lutando, morrendo ou vendo despedaçar os seus autenticam pelo seu mesmo martírio que Angola é terra de Portugal" (é possível ouvir alguém gritar "Obrigada"); pessoas aplaudem de pé.

Termos e condições de utilização

Os conteúdos disponíveis estão protegidos por direitos de propriedade industrial e direitos de autor. É expressamente proibida a sua exploração, reprodução, distribuição, transformação, exibição pública, comunicação pública e quaisquer outras formas de exploração sem a autorização prévia da RTP. O acesso aos conteúdos tem como único propósito o visionamento privado e educacional sem fins comerciais. Para mais informações, entre em contato com o arquivo da RTP através do seguinte endereço de correio eletrónico: arquivo@rtp.pt .