Discurso de António de Oliveira Salazar – Parte I
Lisboa, Assembleia Nacional(AN), discurso "O Ultramar Português e a ONU" de António de Oliveira Salazar, presidente do Conselho de Ministros, sobre as resoluções da Nações Unidas (ONU) e o colonialismo português, em sessão extraordinária.
Resumo Analítico
Chegada de Salazar acompanhado por Albino dos Reis, presidente da AN, à Sala das Sessões; pessoas aplaudem de pé a partir das bancadas e Salazar agradece de pé; Albino dos Reis abre a sessão. 03m19: Salazar resume as questões que vai abordar no discurso, refere e crítica os órgãos deliberativo da ONU relativamente às províncias ultramarinas portuguesas destacando a situação de Angola e a posição dos Estados Unidos da América (EUA) face a esta questão criticando a sua posição assumida na ONU, advertindo para a ação subversiva do bloco comunista. 17m49: Referência ao "ressentimento do povo português e a reação se verificou contra as atitudes e resoluções da ONU levam-me a crer que os EUA, cuja política tem sido sempre connosco de inteira compreensão e amizade, se encontraram diante uma realidade diversa da que tinham pressuposto. Houve manifestamente grave equívoco em considerar o ultramar português como território de pura expressão colonial e equívoco em pensar que a nossa constituição política podia integrar territórios dispersos sem a existência de uma comunidade de sentimentos expressiva da unidade da nação. Equívoco em convencer-se de que Angola se manteria operosa e calma sem polícia, sem tropa europeia e com força de cinco mil africanos comandados e enquadrados por dois mil e poucos brancos, se a convivência pacifica na amizade e no trabalho não fosse a maior realidade do território (...) em face da atitude de homens brancos e de cor que vitimas de um terrorismo indiscriminado clamam que não abandonaram a sua terra e que a sua terra é Portugal"; pessoas aplaudem nas bancadas. 19m58: Salazar refere que os oradores da ONU "deram a entender não desejar outra coisa senão que as populações exprimam claramente a sua opção por Portugal. Embora esta esteja feita desde recuados tempos e constitucionalmente admitida e consolidada" e restringe-se ao caso português.