Discurso de António de Oliveira Salazar na Assembleia Nacional
Assembleia Nacional, direto do discurso de António de Oliveira Salazar, presidente do Conselho de Ministros, sobre a política ultramarina portuguesa, na sequência das acusações que a Organização das Nações Unidas (ONU) dirigiu a Portugal.
Resumo Analítico
António de Oliveira Salazar refere o exemplo do Brasil, o conceito de "sociedade plurirracial", a presença de Portugal em África afirmando que a unidade existente no território "não é uma ficção política ou jurídica, mas uma realidade social e histórica e levanta obstáculos muito sérios aos que pensam dedicar-se agora à tarefa de emancipar a África Portuguesa. Vêm tarde, já está" e a economia do Ultramar, destacando Goa, Angola e Moçambique. 09m32: António de Oliveira Salazar afirma que "o governo tem o espírito aberto a todas as modificações da estrutura administrativa, menos às que possam atingir a unidade da nação e o interesse geral", refere a campanha anticolonialista contra Portugal e dirige várias críticas à ONU acusando-a de se afastar do espírito que presidiu à sua criação, considerando "visível a tendência de se converter em parlamento internacional" e que "não nos dispomos a aceitar a intervenção abusiva de terceiros na nossa vida interna". 15m30: António de Oliveira Salazar afirma que "é ilegítimo da parte da ONU resolver discriminatoriamente contra Portugal. A Assembleia Geral não tem competência para declarar não autónomos territórios de qualquer potência", destaca a paz, segurança e tranquilidade que se observa nos territórios ultramarinos "sem emprego da força e apenas pelo hábito da convivência pacífica", refere iniciativas contra a unidade nacional portuguesa "a gente é pouca mas desdobra-se para parecer muita, mudando de nome". 21m17: Referindo-se à situação com a União Indiana a propósito de Goa, António de Oliveira Salazar afirma que o "diálogo de surdos" inferiorizava Portugal e não servia de nada, refere-se ao primeiro-ministro da União Indiana (Jawaharlal Nehru) e à tentativa de tomar a chefia da oposição afro-asiática contra Portugal na ONU e afirma "Goa é uma pequena joia que não interessa à União Indiana" 27m47: António de Oliveira Salazar conclui as reflexões apresentadas, enfatiza a unidade nacional portuguesa e considera "seja qual for a evolução dos problemas internos, a nação é uma herança sagrada e a sua integridade não poderá ser sacrificada a ódios, compromissos e ambições insatisfeitas. E para quê, meu Deus" É tão fácil ser governo e é tão difícil governar"; deputados aplaudem de pé.