Debate sobre o XV Governo Constitucional – Parte II
Segunda parte do debate moderado pela jornalista Judite de Sousa sobre a composição e programa político do XV Governo Constitucional liderado por Durão Barroso, e a previsível durabilidade do mesmo. Com a participação de Luís Nobre Guedes, CDS-PP, Jerónimo Sousa, PCP, Jorge Coelho, PS, Miguel Portas, Bloco de Esquerda, e Guilherme Silva, PSD.
Resumo Analítico
Resumo das principais ideias de Jerónimo de Sousa: - Relativamente à concentração de tarefas na Ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, e não duvidando da sua capacidade técnica, afirma que o que é determinante são as políticas decididas no Conselho de Ministros. - Relativamente à durabilidade do governo, afirma que a estabilidade governativa não é um fim em si mesmo, a política do governo determinará a sua longevidade, ou não. Principais ideias de Guilherme Silva: - Relativamente à proximidade de algumas personalidades do próximo governo a sectores económicos privados "... não têm nenhuma (...) razão para afastar pessoas que vêm dos mais variados sectores da sociedade civil...". - Anuncia que se vai ter de "...apertar o cinto...", salvaguardando no entanto que "...a coligação tem obviamente preocupações sociais (...) próprias das filosofias dos dois partidos...". - Defende a contenção, do que considera ser, "...despesas feitas pelas empresas públicas que são desperdícios e que não passam necessariamente pelo despedimento de pessoal...". - Relativamente a uma possível contestação social e, apesar de, "...não pomos em causa a legitimidade dessas organizações (...) tivemos um programa que foi sufragado (...), essa Maioria não vai deixar de cumprir os seus compromissos para com os portugueses em função de pressões...". - Relativamente a uma possível contestação por parte do Presidente da Região Autónoma da Madeira, Alberto João Jardim "...não aceita que se faça das Regiões Autónomas o bode expiatório de uma situação em que (...) não têm nenhuma responsabilidade...`". - A manutenção do atual sistema de Segurança Social vai acabar em rotura financeira. - Não confirma, nem desmente, que seja o próximo líder parlamentar do seu partido, pois esse é um cargo eletivo. - Quanto à durabilidade do próximo governo "...é um governo de gente séria, empenhada, competente ...". Principais ideias de Miguel Portas: - Demonstra alguma preocupação pelo facto do próximo Ministro da Saúde ter pertencido ao Grupo Mello (área da Saúde). - Aguarda a prática política. - O projeto para atingir o deficit Zero em 2004 é errado, porque em período de desaceleração económica, o deficit de Estado pode cumprir um papel positivo. - Afirma que, relativamente à situação do país, "... tenho mais receio da cura do que propriamente da doença..." e provavelmente quem irá pagar a crise será a classe trabalhadora. - Tão importante como a durabilidade do governo é o modo como a sociedade portuguesa se confronta com o rumo do País. Prinicipais ideias de Luís Nobre Guedes: - Considera ser esta uma boa solução para resolver os problemas dos portugueses. - Relativamente à contestação interna nos partidos "... vejo com muita dificuldade (...) que uma pessoa que seja dirigente partidária, que tenha cargos e responsabilidade, seja um crítico acérrimo desse mesmo governo, dessa mesma Maioria...". - Será necessário lutar contra interesses instalados. - Relativamente às pastas atribuídas ao seu partido, houve um grande entendimento entre Durão Barroso e Paulo Portas "...como tinha que ser..."; - O seu partido está disposto a ser solidário com as decisões tomadas pelo governo, mesmo que tenha que recuar em relação a princípios programáticos. - A maioria dos países europeus tem sistemas de Segurança Social idênticos aos que são defendidos pelo seu partido. - Não confirma nem desmente ter sido convidado para o próximo governo. - Espera que o governo dure toda a legislatura "...se não se entenderem é que não merecem estar onde estão(...), sob uma liderança clara".