Debate sobre o Maio de 68
Jornalista José Eduardo Monis modera debate entre António Barreto, sociólogo, e Miguel Esteves Cardoso, Director do semanário O Independente, sobre o Maio de 1968 e o seu significado para a geração que o viveu e para as gerações seguintes.
Resumo Analítico
António Barreto diz que há muitos contributos para compreender o Maio de 68, e que este tem que ser contextualizado numa década de grandes transformações económicas, politicas e sociais em todo o mundo; Barreto diz que este se traduziu num encontro entre o velho mundo, a sociedade capitalista burguesa e o novo mundo da pílula, da mini saia, da nova literatura e música; Miguel Esteves Cardoso refere que a geração que viveu o Maio de 68 é a geração que está agora no poder e considera que trouxe humildade aos políticos da época; António Barreto acha natural que a geração que viveu o Maio de 68 esteja agora no poder e considera que a geração de 60 trouxe a expansão da droga e o principio de uma nova violência, um novo terrorismo, o sectarismo religioso; defende que esta década desmistificou uma série de mitos entre os quais o comunismo. Miguel Esteves Cardoso refere que não é possível outro Maio de 68 porque a sua geração perdeu o lado idealista, não é movida por valores; refere que a lição que se pode tirar é que as pessoas que são abertamente contra o poder são elas próprias o poder de amanhã e que o lado positivo do Maio de 68 é a indiferença em relação ao poder.