De Griffth a… – Parte II
Segunda parte da entrevista conduzida por Maria João Seixas a Manoel de Oliveira, realizador de cinema, sobre as vertentes documental e ficcional inerentes aos seus filmes, a imprevisibilidade do meio cinematográfico, a necessidade de fazer cinema, o género de comédia, as homenagens que lhe são dirigidas, as críticas internacionais, a colaboração com a Agustina Bessa Luís e a situação atual de Portugal.
Resumo Analítico
Manoel de Oliveira reflete sobre a presença do documentário e da ficção na sua obra e as razões para tal, comenta a instabilidade sentida no meio do cinema, a sua necessidade de fazer cinema e recorda o seu primeiro contacto com os filmes, o género de comédia e faz referência a figuras que na sua opinião marcaram o género. Manoel de Oliveira afirma que não vê muitas vezes os seus filmes e que prefere pensar nos projetos futuros, comenta o facto dos seus filmes serem apresentados em vários festivais e as homenagens que recebe, a compreensão e interpretação que fazem dos seus filmes, o gosto que sente por ser reconhecido, a regularidade com que filma e a vontade que a atriz Catherine Deneuve demonstrou em trabalhar consigo. Manoel de Oliveira confirma que está a trabalhar num argumento original escrito por Agustina Bessa Luís e comenta a relação de trabalho que mantém com a escritora, refere a autonomia do cinema, música e literatura e temáticas que aborda nos seus filmes afirmando "Eu sou um patriota" e reflete sobre o cinema enquanto ferramenta para transmitir vários coisas e que isso é uma necessidade, a situação atual de Portugal no que se refere à cultura e ao ambiente que se vive. Excerto do filme "Vale Abraão" de 1993.