Conferência de imprensa do COPCON após o 11 de Março
Conferência de imprensa de Otelo Saraiva de Carvalho, Comandante-adjunto do COPCON, Comando Operacional do Continente, e de membros do Depósito Geral de Adidos da Força Aérea e do Regimento Caçadores Paraquedistas, após a tentativa de golpe militar de 11 de Março.
Resumo Analítico
Declarações de Otelo Saraiva de Carvalho, Comandante-adjunto do COPCON e Comandante da região militar de Lisboa, sobre a tentativa de golpe militar de 11 de Março lamentando a morte de soldado do RAL 1 (Regimento de Artilharia Ligeira), manifestando preocupação com a imagem das tropas paraquedistas aquarteladas no Lumiar e no Montijo perante a opinião pública. 08m33: Declarações de Primeiro Cabo José Luís, do Regimento Caçadores paraquedistas, sobre os acontecimentos do 11 de Março, o assalto ao RAL 1 e o modo como se aperceberam que se tratava de um golpe militar no qual não tinham intenção de participar; emocionado afirma "Nós paraquedistas somos filhos do Povo, somos do Povo e queremos colaborar com o Movimento das Forças Armadas e com o Povo"; soldados armados atrás de edifício em bairro residencial; populares observam ações dos soldados; soldados conversam com populares. 19m30: Declarações de Primeiro Sargento Mata do Regimento Caçadores Paraquedistas afirmando que as tropas paraquedistas foram "enganadas pelos seus chefes" e "os Sargentos Paraquedistas só têm uma luta a fazer que é a luta do Povo". 21m50: Declarações do Capitão Chaves do Regimento Caçadores Paraquedistas sobre a necessidade de inquérito de apuramento de responsabilidades na tentativa de golpe e o ambiente que se vive entre as tropas para-quedistas. 23m50: Declarações de militar do Depósito Geral de Adidos da Força Aérea sobre a missão que estão a desempenhar no Aeroporto de Lisboa sob as ordens do COPCON. 30m27: Capitão Chaves fala sobre a estrutura das forças paraquedistas afirmando que esta "predispõe o indivíduo para uma obediência cega (...) sem esclarecimento" o que poderá estar na origem dos acontecimentos de 11 de Março e que há apenas um número reduzido de paraquedistas implicados com responsabilidade; afirma que a maior parte dos soldados apenas "se apercebeu do logro em que estava metido" quando viu aterrar e sair de um helicóptero, à paisana, o General António de Spínola acompanhado por oficiais fardados e armados e como foi criado o Batalhão Operacional. 43m32: Declarações de Santos, militar do Depósito Geral de Adidos da Força Aérea, sobre os acontecimentos do dia do golpe. 45m43: Declarações de Otelo Saraiva de Carvalho, segurando cravo vermelho, sobre a explicação de Capitão Salgueiro Maia para a sua presença na Base Aérea de Tancos e afirmando a confiança do MFA e apelando à confiança do povo nas tropas paraquedistas.