Conferência de imprensa de Sá Carneiro – Parte I
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, primeira parte da conferência de imprensa de Francisco Sá Carneiro, secretário-geral do PPD, na sequência dos resultados das primeiras eleições legislativas para a Assembleia da República.
Resumo Analítico
Conferência de imprensa de Francisco Sá Carneiro sobre os resultados das eleições, a necessidade de governo de coligação política que "pode ser a última oportunidade da democracia portuguesa". 20m42: Sá Carneiro a fumar; jornalistas na plateia; Sá Carneiro prossegue a conferência e refere que o fundamental para o PPD é a "consolidação da democracia. Não temos interesse especial em estar no governo como partido (...) se defendemos uma coligação é porque ela nos parece necessária para o país (...) e não faremos oposição sistemática" e tece comentários sobre a posição do PPD perante o programa de governo proposto pelo PS durante a campanha eleitoral e os resultados das eleições legislativas. 29m46: Sá Carneiro afirma que numa coligação política "nós nunca estaríamos no governo com o Partido Comunista Português. Há uma tão grande diferença de filosofia política entre o nosso partido e o partido comunista, há um tão grande envolvimento do partido comunista numa política antidemocrática e ruinosa para o país (...) o partido comunista não deveria fazer parte de qualquer coligação". 35m16: Sá Carneiro comenta as próximas eleições presidenciais e afirma que o PPD pode "apoiar um candidato civil, depende de quem ele for" e pronuncia-se sobre a possível ligação do partido comunista com os acontecimentos de 25 de novembro afirmando que "o relatório de 25 de novembro aponta para o cumprimento da linha PC nos acontecimentos contrarrevolucionários daquela data (...) se vier a confirmar-se a responsabilidade do Partido Comunista Português pois creio que a consequência política será a confirmação do carácter antidemocrática do Partido Comunista Português". 41m44: Sá Carneiro tece comentários sobre possíveis coligações com o PS e o CDS e reitera que a justificação de não fazer coligações "porque é um partido de direita, ou é um partido conservador, ou um partido social democrata parece-me profundamente errado e contrário aos usos e às normas da democracia", a formação de um governo minoritário e os seus efeitos em relação à NATO e a adesão à Internacional Socialista. 58m52: Sá Carneiro pronuncia-se sobre "o socialismo mediterrâneo" afirmando que se trata "de uma forma hábil e atraentemente moderna se fazer passar a ideia de Frente Popular. Rejeito essa ideia de socialismo mediterrâneo e de frente popular. Não me parece que sirva (...) creio que levaria a uma instabilidade" que serviria às forças que lutam para que a democracia não seja uma realidade em Portugal e nos países do sul da Europa.