Conferência de imprensa de Rui Patrício

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Lisboa, Palácio das Necessidades, conferência de imprensa de Rui Patrício, ministro dos Negócios Estrangeiros, sobre a retirada de Portugal da UNESCO devido ao apoio da organização aos movimentos nacionalistas africanos, aspetos da política externa de Portugal em relação às Nações Unidas (ONU) e as conversações exploratórias mantidas com Comunidade Económica Europeia (CEE) e a Associação Europeia de Comércio Livre (European Free Trade Association - EFTA).

  • Nome do Programa: NOTICIÁRIO NACIONAL DE MAIO
  • Nome da série: NOTICIÁRIO NACIONAL DE 1971
  • Locais: Lisboa
  • Personalidades: Rui Manuel d'Espinay Patrício
  • Temas: História, Política
  • Canal: RTP 1
  • Tipo de conteúdo: Notícia
  • Cor: Preto e Branco
  • Som: Misto
  • Relação do aspeto: 4:3

Resumo Analítico

04m43: Rui Patrício afirma que "cresceu o alarido demagógico anti-português nas várias comissões, criadas e alimentadas pela ONU, com o objetivo de perturbar a paz nas regiões meridionais do continente africano e de impedir o projeto dos seus habitantes" e refere a "hipocrisia que as Nações Unidas adotaram como norma de conduta e que no fundo vai minando a própria organização". Rui Patrício afirma que "vínhamos assistindo com pesar à progressiva degradação da UNESCO e fomos obrigados a suspender qualquer contribuição financeira para aquela organização. Mais recentemente chamamos a atenção (?) para a preocupação com que Portugal encarava a presença e orientação da UNESCO, salienta o facto de Portugal não ser convidado para as conferência e reuniões internacionais organizadas pela organização, refere ?os contínuos ataques à situação das províncias ultramarinas portuguesas, o convite a todos os estados-membros para suspenderem toda a cooperação com Portugal (?) um convite aos estados membros para prestarem uma atenção particular aos problemas da juventude em luta contra o domínio colonial, a discriminação racial e a opressão (?.) o governo português vê com a maior inquietação, lamenta e levanta as sérias objeções a estas atitudes contra um estado membro da UNESCO. Referência ao facto da UNESCO estar a financiar movimentos terroristas anti-portugueses, com o pretexto de auxílio à educação (?) obrigam-nos porém à atitude mais drástica. Vamos retirar-nos na organização e nesse sentido instruímos o representante que ainda mantemos em Paris, junto da UNESCO, para que abandone os respetivos trabalhos e avise em conformidade o diretor geral da organização. Salienta que a "opinião pública portuguesa foi ferida nos últimos meses por notícias que profundamente chocaram os sentimentos da nação (?) tratava-se de contribuições financeiras por parte de instituições provadas estrangeiras aos movimentos terroristas anti-portugueses, ou seja às brigadas internacionais comunistas que flagelam as populações das nossas províncias ultramarinas. Concretamente o Conselho Mundial das Igrejas, a Federação Luterana Mundial e uma fundação inglesa parecendo a FRELIMO a que mais simpatias mereceu mais recentemente o partido trabalhista britânico anunciou também que contribuía (?)". Rui Patrício afirma que "só o desprezo completo pelos interesses dos africanos explicará o incitamento constante à luta e à destruição por parte dos imperialismos estranhos ao seu continente. E também se compreende que estes imperialismos encontrem apenas obediência servil no que de mais atrasado e primitivo se encontre em terras africanas. Desenha-se uma distinção entre uma África consciente, evoluída, progressiva, pacífica e senhora dos seus destinos e uma outra ainda infelizmente retrógrada, agressiva, desordeira e neocolonizada" e "Portugal sempre tem defendido o espírito de concórdia e de diálogo em África". Rui Patrício tece comentários sobre as negociações entre Portugal e a CEE, afirmando que ?estão praticamente terminadas as conversações exploratórias que a delegação portuguesa tem mantido com a comissão das Comunidades Europeias. Estas conversações seguiram-se à apresentação formal do pedido de negociações por parte de Portugal (?) e à decisão das comunidades de admitir desse pedido (?). Idêntico processo se estabeleceu para os outros países membros da EFTA, que tal como Portugal não são candidatos à adesão às comunidades, mas estão interessados noutras formas de ligação com o mercado comum. As respetivas conversações exploratórias têm decorrido paralelamente às nossas? e salienta a cooperação de Portugal com a ideia da Europa.

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