Comunicação ao País de Marcelo Caetano

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Comunicação ao país de Marcelo Caetano, presidente do Conselho, sobre a situação atual no Ultramar com destaque para a autonomia das províncias ultramarinas, a impossibilidade de alcançar acordo com os movimento terroristas e o envolvimento das Nações Unidas (ONU).

  • Nome do Programa: NOTICIÁRIO NACIONAL DE JANEIRO
  • Nome da série: NOTICIÁRIO NACIONAL DE 1973
  • Personalidades: Marcelo Caetano
  • Temas: Política
  • Canal: RTP 1
  • Tipo de conteúdo: Notícia
  • Cor: Preto e Branco
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3

Resumo Analítico

04m25: Referência à votação do eleitorado que demonstrou apoio à política ultramarina defendida pelo governo, a autonomia das províncias ultramarinas mediante uma revisão constitucional com destaque para os esforços do governo nesta questão que deram origem à Lei Orgânica do Ultramar 1972 e às responsabilidades e encargos do Governo Central no que se refere ao Ultramar afirmando que "não desistiremos da nossa política de fraternidade racial, não renunciaremos ao nosso intento de prosseguir na formação de sociedades multirraciais, não transigiremos quanto à manutenção de um estatuto único para os portugueses de qualquer raça e de qualquer cor". 10m20: Marcelo comenta a situação de Angola e Moçambique referindo que ambas possuem um Conselho de Governo, assembleias legislativas, órgão de consulta designado por Junta Consultiva Provincial e o aumento do número de deputados das províncias na Assembleia Nacional, refere as eleições administrativas para as juntas de freguesia, comissões e câmaras municipais e juntas distritais e para os naturais/locais das províncias (representação nativa) eleitos com destaque para Moçambique, Guiné e Angola e o recenseamento para as eleições legislativas de 31 de março. 17m09: Marcelo faz referência aos movimentos de libertação definindo-os como "terroristas", à negociação afirmando que um acordo seria de "capitulação nacional. De capitulação, sem respeito pelo sangue vertido até agora e pelos sofrimentos até agora suportados (...)" e às garantias de segurança e interesses dos portugueses em África que não seriam cumpridas dando o exemplo do Congo Belga e a intervenção da ONU e de Stanleyville. 24m30: Marcelo destaca a opinião de Paul-Henri Spaak, antigo presidente da Assembleia Geral da ONU, sobre a composição da organização em 1954 através da leitura de texto alusivo às memórias de Spaak publicadas em 1969, afirma que "não são as Nações Unidas que terão a capacidade de garantir acordos de entrega de poder aos movimentos terroristas" e refere o exemplo da Argélia, antiga província da França. 30m00: Comentários sobre a paz no território português com destaque para Angola e Moçambique, afirma que "eu queria ver todos esses pacifistas ardorosos, com generosidade missionária, a lançarem-se a pregar aos terroristas o termo da violência", queixa-se do facto das acusações de perturbação da paz serem dirigidas a Portugal, destaque aos portugueses trabalhadores que vivem nas províncias e que apoiam o governo dando o exemplo da receção e euforia da visita de Américo Tomás, presidente da República, a Bissau, Angola e Moçambique. 38m00: Marcelo tece comentários sobre o cargo que desempenha e as responsabilidades inerentes ao cargo e afirma que "sobre os ombros de quem governa pesa a responsabilidade do Ultramar português. Defende-lo (...) importa sacrifícios. Resta saber se renunciar a essa defesa não importará sacrifícios e prejuízos bem mais graves e bem maiores. (...) Eu por mim aconselharei à renuncia e convencido de que vale a pena lutar, continuarei ao lados dos meus concidadãos e ao serviço da minha pátria (...) no qual sempre fui acompanhado pelo confiante apoio do povo português".

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