Comício do PS em Beja

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Beja, Estádio Municipal, discurso de Mário Soares, primeiro ministro e secretário geral do Partido Socialista, em comício-festa organizado pela federação do PS da cidade alentejana, em que recusa alianças com os restantes partidos políticos portugueses e destaca a ação do governo constitucional.

  • Nome do Programa: NOTICIÁRIO NACIONAL DE JUNHO
  • Nome da série: NOTICIÁRIO NACIONAL DE 1977
  • Locais: Beja
  • Personalidades: Mário Soares, António Barreto, Manuel Alegre
  • Temas: Política
  • Canal: RTP 1
  • Tipo de conteúdo: Notícia
  • Cor: Preto e Branco
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3

Resumo Analítico

Discurso de Mário Soares em que destaca a importância e existência de liberdade e democracia no Alentejo e restante Portugal, refere as críticas dirigidas ao "governo socialista", refere as orientações do governo afirmando que "queremos governar sem fazermos alianças nem com o Partido Comunista, nem com o PPD/PSD ou com o CDS. Não fazemos alianças camaradas" devido ao papel de mediador do PS da sociedade portuguesa com o objetivo de evitar a violência, destacando-se a presença de António Barreto, ministro da Agricultura e Pescas, Manuel Alegre, secretário de Estado Adjunto do Primeiro Ministro para os Assuntos Políticos. Mário Soares afirma a impossibilidade de alianças com outros partidos, destacando a situação no Alentejo e nos Açores, refere os problemas e os traumas provocados pela descolonização, afirma que "dos dois lados extremos da sociedade portuguesa há sementes de violência e desejos de confrontação (...) querem vencer e impor a sua lei (...) se os comunistas tivessem vencido nesta terra, imporiam uma nova ditadura tão cruel como a ditadura fascista" e "se nós somos governo é porque o povo português votou em nós e porque temos a confiança do presidente eleito pelos portugueses. Apoiantes gritam "PS, PS, PS"; Mário Soares retoma o discurso sobre a relação entre o PS e o PCP, destaca o direito de existência democrática do PPD e o CDS, refere o convite do PPD ao PS para participar em cimeira que tem como objetivo dizimar o PCP, refere o espírito de liberdade defendido pelo governo socialista destacando o facto "de não haver presos políticos em Portugal" e de haver liberdade de expressão e imprensa, dirige-se a "homens humilhados" pela presença do PCP na Região do Alentejo e critica a administração gonçalvista, destacando-se a presença de Manuel Alegre. Mário Soares afirma que "nós somos socialistas e queremos que se chaminha para o socialismo se essa for a vontade da maior do povo português (...) o que nós fazemos é salvar a própria idade do socialismo, da reforma agrária que estava a ser comprometida pelos comunistas no Alentejo", destaca a gravidade da situação que deu origem à tentativa do golpe militar de 25 de Novembro de 1975, destaca as "sereias" que defenderam o retorno ao passado e a importância do PS enquanto "muro e escudo contra essa eventualidade e agressão possível", afirma a necessidade de fomentar a "confiança na revolução, essa confiança idealista e fraterna, abrir de novo a esperança a Portugal para o caminho do socialismo em liberdade". Destaque para a presença de Maria Barroso, mulher de Mário Soares, Manuel Alegre e António Barreto; Mário Soares reflete sobre o trabalho do atual governo constitucional, destaca o fomento no turismo e na construção civil, refere os desalojados provenientes de África e a sua iniciativa e trabalho, afirma "não podemos prometer a lua e o socialismo para amanhã porque não somos charlatães. Somos homens sérios, patriotas que querem o bem de Portugal (...) estamos no caminho da Europa" alternado com pessoas assistem ao discurso no campo e bancadas do estádio. Mário Soares refere as campanhas de boatos e intoxicação contra o governo, afirma que "o governo está sólido", destaca a vitalidade do PS, refere as cisões do PS proclamadas por Álvaro Cunhal, secretário geral do PCP, e refere a impossibilidade de queda do governo; apoiantes gritam "PS, PS, PS". Mário Soares reflete sobre a situação dos trabalhadores e a importância da votação nas eleições e do primeiro governo constitucional, afirma que "estamos no caminho do progresso, o caminho da liberdade e o caminho da justiça social" e grita "Viva Portugal, viva o Alentejo, viva a liberdade"; apoiantes gritam "PS, PS, PS" e faixa "Viva a Reforma Agrária e o 1 de Maio" na bancada.

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