Cinema em Portugal – Parte II
Segunda parte do programa de debate moderado pelo jornalista João Soares Ferreira dedicado à atual situação do cinema em Portugal, com a participação de António-Pedro Vasconcelos, Fernando Lopes e Joaquim Leitão, realizadores de cinema, e de Vasco Brilhante, crítico de cinema.
Resumo Analítico
Vasco Brilhante diz que não se pode ser benevolente com um filme tendo como base o facto de ele ser português ou não; Fernando Lopes garante que os filmes portugueses estão em desvantagem em relação aos outros por várias razões enumeradas e porque são estreados nas piores alturas, acusa os críticos portugueses de má qualidade e que se deixam manipular pelas grandes produtoras internacionais. 04m25: Vasco Brilhante diz que toda a gente pode passar pela escola de cinema mas nem toda a gente tem capacidade para fazer filmes; António Pedro Vasconcelos diz que os melhores críticos são os artistas e garante que gosta de cinema norte-americano, mas lembra que as distribuidoras dos Estados Unidos da América (EUA) têm uma política comercial muito agressiva e que é quase impossível competir com elas. 09m30: Fernando Lopes menciona o realizador de cinema Manoel de Oliveira como um grande nome do cinema português mas lembra que não é o único e dá exemplos e sublinha uma vez mais o apoio que a RTP tem dado à produção cinematográfica nacional; António Pedro Vasconcelos afirma que Portugal tem condições para ser um dos polos do cinema europeu, refere alguns dos custos que os filmes portugueses não podem suportar, como o recurso a muitos figurantes, sublinha que a qualidade técnica das equipas portuguesas é excelente e adianta que é por isso que vêm muitos realizadores estrangeiros filmar em Portugal. 16m55: Joaquim Leitão afirma que não é só no nosso país que os realizadores precisam de subsídios e adianta que 90% dos filmes europeus são subsidiados e admite que os realizadores portugueses vivem de costas viradas uns para os outros; António Pedro Vasconcelos diz que um filme publicitário de 1 minuto, no nosso país, pode custar metade do que custa fazer um filme. 20m48: Fernando Lopes explica porque é que os cineastas têm mais garantias de conseguirem fazer o próximo filme; António Pedro Vasconcelos compara as verbas atribuídas à ópera e ao cinema e lembra o número reduzido de salas que passam cinema português; Vasco Brilhante resume o debate dizendo que os três realizadores presentes acreditam no cinema.