Casas Pintadas em Évora
Programa cultural apresentado por Paula Moura Pinheiro dedicado as Casas Pintadas em Évora, um conjunto de frescos murais palacianos do século XVI nas paredes de um alpendre a dar para um jardim, da Fundação Eugénio de Almeida, num exemplo do Renascimento português conforme nos explica o convidado Joaquim Caetano, Historiador de Arte.
Resumo Analítico
Vistas panorâmicas em movimento da cidade de Évora, no Alentejo, Sé Catedral, Paula Moura Pinheiro, apresentadora, faz o resumo da temática do programa, pintura profana do início do século XVI única em Portugal, conjunto de frescos pintados, genérico. Grafismo com globo terrestre com destaque para o território de Portugal com a cidade de Évora assinalada, vistas da mesma, Praça do Giraldo com a Igreja Paroquial de Santo Antão, ruas da cidade, Sé Catedral, Templo de Diana, exterior da Fundação Eugénio de Almeida, Antigo Palácio da Inquisição, placa com inscrição das Casas Pintadas, alpendre do edifício da fundação, claustros com frescos nas paredes. Comentários de Joaquim Caetano, Historiador de Arte, sobre o historial destas Casas Pintadas, que durante longo tempo foram consideradas morada de Vasco da Gama na cidade, o edifício pertencia a D. Francisco da Silveira, tratador de cavalos do Reino e poeta palaciano, à época das pinturas, mas depois foi vendido ao Santo Ofício. Pormenores das pinturas murais do século XVI, capa do livro "Compilação de todas as obras de Gil Vicente", interior com ilustrações, o dramaturgo numa das suas obras criticava o exibicionismo e o estrangeirismo das casas pintadas. Imagem fixa do interior da Sala dos Brasões, no Palácio de Sintra, tapeçarias da época com pinturas semelhantes, imagens do "O Livro das Maravilhas", exemplar do século XV, e "Fresco das Casas Pintadas", do século XVI exibindo animais oníricos. Vistas do jardim, panorâmicas aéreas de Évora, casas com pátio, pintura retratando um jardim medieval, claustro com as pinturas profanas. Pormenores de painel pintado com garça e falcões domésticos, o tema mais recorrente da noção amorosa dos ideais de Cavalaria, do amor cavaleiresco, pato, livro de horas de D. Manuel com um falcão a perseguir um pato, lebres, a idealização do amor carnal, parte danificada do painel por onde se tinha aberto uma porta para o jardim, sereia que representa a vaidade, a coruja que representa a sabedoria, e os tordos que representam a ignorância simbolizando a sabedoria aviltada pela ignorância. Painel com pastora a tocar gaita-de-foles para lebres, luta de galos vermelhos que é temática recorrente na época e que aparece na obra "Fábulas Completas" de Esopo, um escritor grego tido como pai da fábula como género literário, capa deste livro, pinturas que têm um significado moral para crítica da vida palaciana e política, pintura da raposa e das galinhas que simbolizam o engano, destaque para unicórnio. Pintura de animais oníricos, um dragão de sete cabeças, hidra mitológica ou animal apocalíptico, ladeado por um leopardo preparado para o ataque, outro pequeno dragão e um lagarto de língua bifurcada, ilustrações de "O Livro das Maravilhas", exemplar do século XV, que mostra animais míticos que se acreditava à época que existiriam. Xilogravura "O Rinoceronte", de Albrecht Dürer, que retrata o animal que o rei de Portugal D. Manuel I enviou de presente ao Papa Leão X mas que morreu no naufrágio. Explicação desta pintura onde a hidra das 7 cabeças representa o Apocalipse bíblico descrito por S. João mas também o homem com demasiadas amantes, sucessão das pinturas constantes do mural. Sequência dos painéis decorativos com intenções moralizantes e críticas ao poder da época, um jogo de uma ideia ou ideal e do seu contrário, que retrata a vida da nobreza portuguesa, vista em movimento das pinturas e do jardim adjacente.