Análise das eleições para a Assembleia Constituinte

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Debate moderado pelo jornalista Joaquim Letria sobre os resultados parciais das eleições para a Assembleia Constituinte, com a participação de Joaquim Magalhães Mota, do PPD, Francisco Pereira de Moura, do MDP/CDE, Mário Soares, secretário geral do PS, e Álvaro Cunhal, secretário geral do PCP, e painel de comentadores constituído pelos jornalistas Manuel Beça Múrias, Dinis Abreu, José Júdice, Castro Mendes e José Carlos Vasconcelos.

  • Nome do Programa: ELEIÇÕES PARA A ASSEMBLEIA CONSTITUINTE
  • Nome da série: ELEIÇÕES PARA A ASSEMBLEIA CONSTITUINTE
  • Locais: Lisboa
  • Personalidades: Joaquim Letria, Joaquim Magalhães Mota, Álvaro Cunhal, Francisco Pereira de Moura, Mário Soares, Manuel Beça Múrias, Dinis de Abreu, José Júdice, Castro Mendes, José Carlos Vasconcelos
  • Temas: Política
  • Canal: RTP 1
  • Tipo de conteúdo: Programa
  • Cor: Preto e Branco
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3

Resumo Analítico

Joaquim Letria dá início à emissão, apresenta os participantes e dá início ao debate colocando uma questão a Pereira de Moura sobre a situação inesperada do MDP/CDE face aos resultados apurados. 03m30: Pereira de Moura pronuncia-se sobre o baixo índice de votação do MDP/CDE e a possibilidade de ter existido um desvio de votos para o PCP; Manuel Beça Múrias coloca questão a Magalhães Mota sobre as afirmações de que o PPD era um partido de "capitalismo inteligente" com o objetivo de preparar o país para novos tipos de exploração. 05m30: Magalhães Mota reage às afirmações supracitadas e afirma que tais "não têm nenhuma espécie de realidade, não têm qualquer espécie de objetividade (...) sem nenhuma espécie de contexto real" e refere os resultados obtidos, o programa e campanha eleitoral do PPD enquanto provas contrárias; José Carlos Vasconcelos coloca questão a Magalhães Mota sobre os resultados do CDS e a possibilidade de alguns militantes do CDS terem votado no PPD mediante a situação atual do país ao que Magalhães Mota afirma achar que tal não foi o caso pois as propostas eleitorais dos dois partidos são muito diferentes e que o povo português escolheu seguir uma via socialista para um socialismo em liberdade e democrático. 09m18: José Júdice questiona Álvaro Cunhal sobre a votação do povo português foi ou não consciente; Álvaro Cunhal afirma que os resultados das eleições indicam que o povo escolheu seguir uma via de democracia e socialismo, a existência de regiões onde não existem vias democráticas, salienta a falta de liberdade real durante a campanha eleitoral e como este fator influenciou os resultados, destaca a falta de apoio que o povo deu à ala da direita política durante as eleições e afirma que "o nosso povo não quer um regresso ao fascismo, o nosso povo quer um regime democrático"; José Carlos Vasconcelos pergunta a Álvaro Cunhal se está a colocar o PS à esquerda ao que lhe responde que se referia primeiramente ao PPD e que a posição do PCP face ao PS é de cooperação na construção de um Portugal democrático. 13m21: Joaquim Letria refere a acusação dirigida ao PCP de que o partido só estaria interessado em adquirir poder através de meios ilegais e não constitucionais em detrimento da via eleitoral ao que Álvaro Cunhal tece comentários sobre o conceito de via eleitoral e a referida acusação afirmando que o PCP tem vindo a lutar pelas liberdades de Portugal; Joaquim Letria questiona Mário Soares sobre a percentagem alcançada pelo PS de acordo com os resultados parciais verificados. 16m46: Mário Soares afirma que o PS e os socialistas nunca foram nem são anticomunistas porém existem divergências e conceções diferentes sobre o país e o futuro, comenta as relações entre o PS e o PCP, destaca a presença constante do PCP e a sua importância e necessidade na construção da democracia em Portugal, os resultados parciais alcançados destacando a implantação equilibrada do PS nas zonas operárias e do proletariado rural, a falta de politização nalgumas regiões e exalta a forma como as eleições decorreram e a sua importância para a democracia, para o MFA e os partidos políticos. 21m00: Magalhães Mota realça a forma como as votações foram realizadas e a necessidade de acompanhar o povo nas suas escolhas, refere a falta de liberdade durante a campanha eleitoral do PPD nomeadamente no sul do país e de politização de algumas regiões e apela à unidade nos festejos do 1º maio. 25m07: Castro Mendes e José Júdice fazem referência ao pacto existente entre o Movimento das Forças Armadas (MFA) e os partidos políticos e questionam Mário Soares sobre os possíveis efeitos dos resultados das eleições no referido pacto; Mário Soares tece comentários sobre o pacto e o envolvimento do PS e a evolução do socialismo em Portugal, afirma que os resultados eleitorais não devem refletir a formação do governo, destaca a necessidade de criar uma convergência em volta do programa do MFA e a maioria atribuída aos partidos de esquerda. 31m20: Joaquim Letria sugere que as eleições realizadas fossem para formar governo e pergunta se o PS faria coligação com o PPD ou com o PCP; Mário Soares afirma que a pergunta é absurda e que não interessa contemplar, destaca o processo de implantação democrática no país e as dificuldades que daí surgem e a necessidade de uma coligação ampla; Dinis Abreu tece questões sobre o PS e as acusações que lhes foram dirigidas durante a campanha eleitoral. 33m47: Mário Soares pronuncia-se sobre as acusações e especulações sobre o PS afirma que o PS "não é um partido eleitoralista" e antes "é um partido de esquerda (...) com reflexos efetivos de esquerda" e de massas; Manuel Beça Múrias destaca a via do socialismo enquanto a escolhida pelo povo e a sua possível relação com o programa do MFA; Mário Soares comenta a afirmação de Beça Múrias e que as eleições simbolizam uma vitória para o MFA e à via socialista e que se trata de uma coincidência entre a via socialista do PS e a via socialista do MFA. 39m05: Pereira de Moura destaca a adesão popular às eleições como indicativo da sua participação na vida política e da importância do povo português ter optado pela via socialista. 43m59: Álvaro Cunhal aborda a importância da institucionalização e definição do regime da política portuguesa, destaca a importância e envolvimento do MFA na sociedade portuguesa e refere a ausência de representantes do MFA no debate em curso; Joaquim Letria questiona Álvaro Cunhal sobre a implantação de um modelo comunista e/ou socialista do leste europeu em Portugal através do PCP e a acusação de ser o secretário geral dos partidos europeus mais estalinista por parte de Mário Soares; Álvaro Cunhal comenta as acusações, refere a afirmação de um modelo próprio do PCP independente de outros seguidos na Europa e aborda as relações do PCP com a extrema esquerda. 53m19: José Júdice questiona o PS sobre independência nacional e as acusações de que o PS é um "capitalismo americano" ao que Soares responde que o PS segue uma política intransigente de independência nacional, refere a relação entre Portugal e a Europa destacando a importância dos emigrantes e a dependência económica como principais aspetos dessa ligação, comenta as acusações que consideram o PS um veículo de transmissão do imperialismo americano; José Carlos Vasconcelos refere as relações entre o PCP e os partidos comunistas europeus e a forma como o PS encarado dentro e fora de Portugal. 01h00m35: Mário Soares responde afirmando que o PS não é o partido social democrata cujo objetivo é implantar um socialismo português que respeite as liberdades públicas, contrário à ditadura e que respeite o pluralismo de partidos e refere as diferenças entre os partidos socialistas europeus; Álvaro Cunhal tece comentários sobre o perigo de ditadura em Portugal e as suas origens na direita e o combate do PCP para evitar essa situação de modo a promover a democracia e o socialismo, refere as relações amigáveis entre o PCP e os partidos comunistas europeus e a forma como os mesmos podem ser confundidos alternado com Joaquim Letria coloca questão a Álvaro Cunhal. 01h13m22: Magalhães Mota refere a importância da independência nacional através de vias políticas próprias e autónomas e destaca a via da social democracia como sendo a política mais apropriada para Portugal. 01h17m22: Pereira de Moura tece comentários sobre o espaço político que o MDP/CDE iria ocupar em função dos resultados eleitorais obtidos e exalta a participação popular na política em Portugal.

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