Actualidade Política – Parte I
Primeira parte do debate moderado pelo jornalista Mário Crespo com a participação de António de Almeida Santos, presidente do PS, Aníbal Cavaco Silva, presidente do PSD, e Álvaro Cunhal, secretário geral do PCP, sobre os programas eleitorais dos respetivos partidos a propósito das eleições legislativas marcadas para 6 de outubro.
Resumo Analítico
Álvaro Cunhal critica a maneira como as mesas do debate estão dispostas uma vez que podem induzir os espectadores em erro, refere a política comum do PS e PSD de favorecimento dos capitalistas à custa da exploração dos trabalhadores, a centralização do capital nos grupos empresariais de maior dimensão, a discriminação das pequenas e médias empresas, a necessidade de se nomear gestores isentos de interesses partidários para administrar as empresas públicas e o papel que deve ser assumido pelo Estado de controlar os principais sectores da economia. 09m52: Aníbal Cavaco Silva realça as suas diferenças relativamente às posições defendidas por Álvaro Cunhal, a má gestão do Estado, a importância de uma maior autonomia e responsabilização dos gestores, a conciliação da redução do desemprego com o combate à inflação que deve ser travada através da revalorização do escudo, da redução das taxas de juro e dos salários nominais, defende uma política fiscal mais justa, o maior investimento resultante da retoma de confiança dos empresários e contribuintes, a eleição de um primeiro ministro que traduza a credibilidade nacional, os incentivos às empresas que contratem jovens e a criação de legislação que obrigue as empresas em processo de falência a pagarem os salários em atraso. 18m40: Aníbal Cavaco Silva refere o desenvolvimento da agricultura com a definição de objetivos quantitativos e qualitativos das unidades de produção que devem ser geridas por quadros renovados, a desburocratização do sector público e a nomeação de gestores com base na sua competência e capacidade para aceitar as orientações governamentais. 22m34: António de Almeida Santos salienta o número excessivo de gestores nomeados por Aníbal Cavaco Silva enquanto ministro das Finanças e do Plano do VI Governo Constitucional, a situação económica negativa legada pelos Governos da Aliança Democrática (AD) formada pelo PSD, CDS e PPM, a inexistência de um pacto secreto entre o PS e PCP conforme enunciado por Aníbal Cavaco Silva, as "convergências" entre o PSD e PCP e a inviabilização da proposta de lei de alteração dos símbolos das coligações pelo PSD. 30m37: António de Almeida Santos refere a política destrutiva de Aníbal Cavaco Silva que procura igualmente a bipolarização partidária, o "horror democrático" que caracteriza o modo como o PSD procura fazer a revisão da Constituição, a clarificação da legislação relativa aos processos de falência, o fundamento da reestruturação das empresas para resolver a questão dos salários em atraso e a viabilização económica do país pela ação de Mário Soares, primeiro ministro. 37m16: Álvaro Cunhal refere a inexistência de convergências entre o seu partido e PS e PSD, a queda do atual IX Governo por ter agravado a situação do país, o não cumprimento das promessas programáticas do PS feitas no âmbito da revolução democrática de 25 de Abril de 1974 ao aliar-se aos partidos de direita e o prestígio da coligação "Aliança Povo Unido" (APU) liderada pelo PCP e constituída pelo MDP/CDE e Movimento Ecologista Português - Partido "Os Verdes" (MEP-PV).