A Mulher no Mercado de Trabalho
Programa sobre a situação e a forma como a mulher é vista a partir de uma perspetiva laboral e profissional, ilustrado com casos concretos de mulheres que trabalham no circo, num escritório, e em casa.
Resumo Analítico
Interior da tenda do Internacional Circus; exibição de criança trapezista; depoimentos de mulheres do circo sobre desempenharem profissões e tarefas normalmente associadas aos homens e como as mentalidades têm vindo a mudar, as dificuldades que sentem na preparação dos seus números pois não têm apoio de professores, a impossibilidade de continuarem a trabalhar por causa dos filhos alternado com exibições de palhaços e criança equilibrista. Mulheres na varanda e roupa estendida em pátio; quotidiano de vizinhos; plano de mãos a fazer ponte cruz; mulher destaca o trabalho da Dona Amélia, idosa de 80 anos, e afirma que "o meu marido é que é meu escravo. O meu marido é que trabalha, se levanta todos os dias às sete horas da manhã para ir para Sacavém trabalhar para a mulher e para a filha. Ele é que é o orientador da casa mais nada" e "as vedetas que dizem mal dos maridos é porque não fazem nenhum". Depoimentos de mulheres que criticam a forma como a mulher é vista e tratada na sociedade no que se refere ao trabalho e carreira profissional e à vida pessoal e familiar e exaltam a importância da liberdade e independência feminina, afirmando que a sociedade é a culpada pelas mulheres não arranjarem empregos que as permitam evoluir enquanto pessoas, a falta de infantários com boas condições obriga a que as mulheres fiquem em casa a tratar dos filhos e a forma como são tratadas pelos maridos. Funcionários administrativas a trabalhar em escritório com máquinas de escrever; depoimentos sobre a desvalorização do trabalho doméstico, a ideia preconcebida que é a mulher que deve ficar em casa e os homens não ajudam em nada, a diferença na educação de rapazes e raparigas e a luta pela independência das mulheres e a fraca participação do governo nesta questão alternado com malabarista faz malabarismo com objetos em chamas. Exibição de criança trapezista e equilibrista; depoimentos das mulheres do circo sobre a forma que eram tratadas na escola, as tarefas domésticas que efetuam, o sofrimento por que passam e a importância no reconhecimento do Estado da sua situação alternado com mulher a estender roupa e com criança e interior de roulote; mulher afirma que tem fé para arranjar emprego, critica o elevado nível de vida que não se fazia sentir antes do 25 de abril de 1974 e afirma não se sentir útil para nada; homem intervém dizendo que as mulheres também deviam trabalhar e ajudar os maridos. Vizinhos a conversar no pátio; depoimentos sobre a diferença de tarefas atribuídas aos homens e mulheres, que o "machismo tem que acabar", "a mulher é um ser igual ao homem" e que "a mulher não é nenhum ser escravizado, a mulher é uma pessoa que tem um lugar na sociedade como qualquer outro". Vista da Ponte 25 de Abril; vista em movimento de edifícios de habitação degradados e barracas; referência ao cansaço que afeta a mulher de trabalhar fora e dentro de casa e "é isso que o homem quer, é isso que a sociedade em geral quer. Porque a mulher é uma pessoa que se realmente a deixassem, a mulher punha as coisas num certo pé de guerra".