Recriação histórica da cena do chá do Rei D. Manuel II no Palácio das Necessidades a 4 de Outubro de 1910, às 11 horas, e o início dos tumultos que levaram ao fim do seu reinado e da própria monarquia em Portugal. Imagens de arquivo RTP a preto e branco de declarações do Capitão Vilhena, interveniente na Revolução de 4 a 5 de Outubro de 1910, sobre a propaganda feita pelos abolicionistas da monarquia e a prioridade de defesa dos interesses nacionais; notícia de jornal intitulada "A queda da monarquia é inevitável"; imagens fixas de arquivo RTP das tropas estacionadas no Rossio, de movimento de rua na época, das ruelas de Lisboa. 05m17: Declarações de Luís Farinha, Historiador, e de António Lopes, Diretor do Museu Maçónico, sobre a perceção geral de uma revolução iminente liderada por republicanos com estratégias e objetivos definidos; fotografia do diretório do Partido Republicano, retratos de Cândido dos Reis, Miguel Bombarda, José Relvas, Eusébio Leão, Inocêncio Camacho e Machado Santos. Declarações de Fernando Rosas, Professor História Contemporânea Universidade Nova, sobre a arquitetura do golpe militar; imagens de arquivo RTP de movimento de rua com civis e militares, fotografia dos couraçados, Adamastor, S. Rafael e D. Carlos, fundeados no rio Tejo; relato em off do papel estratégico destes couraçados no golpe republicano. Recriação histórica da apresentação do plano de revolta por Cândido dos Reis. 08m00: Declarações de João Bonifácio Serra, Historiador, sobre o assassinato do médico Miguel Augusto Bombarda; plano próximo do seu registo de autópsia e do retrato do seu assassino, Aparício dos Santos, doente mental; fotografia a preto e branco de Miguel Bombarda na enfermaria do hospital de S. José ladeado de médico. Declarações de Fernando Rosas sobre a passagem de planos aos republicanos por um Miguel Bombarda agonizante; notícias do jornal "O Século" sobre a sua morte e sobre o possível envolvimento de padres marianos e jesuítas; retrato de Machado Santos. Declarações de Jaime Nogueira Pinto, Historiador/Advogado, e de Rui Ramos, Historiador, sobre a ascensão de António Maria de Azevedo Machado Santos como líder da revolução do 5 de Outubro; fotografias das tropas com canhão, de unidade militar na parada; retratos do rei D. Manuel II e de Hermes da Fonseca, Presidente do Brasil; gravura que retrata o jantar de gala do 4 de Outubro; recriação histórica do último encontro dos mentores do golpe onde se fala de um adiamento desta ação. 11m09: Declarações de Fernando Rosas sobre o empenhamento da vida e honra de Almirante Reis (Carlos Cândido dos Reis), militar, conspirador e carbonário, na reunião de 3 de Outubro para que a revolução saísse à rua; dramatização de Almirante Reis a proferir o cumprimento do seu dever nem que fosse sozinho. Prato de cerâmica e busto da república, ilustrações sobre a República, gravuras do tricentenário de Luís de Camões e do Marquês de Pombal, gravura do mapa cor-de-rosa (Ultimato Inglês). Declarações de João Medina, Professor Catedrático História Universidade Lisboa, sobre as consequências do Ultimato Inglês de 1890 que exigia a Portugal a retirada das forças militares chefiadas pelo major Serpa Pinto do território compreendido entre as colónias de Moçambique e Angola (nos atuais Zimbábue e Zâmbia), a pretexto de um incidente entre portugueses e Macololos; mapa para explicação desta exigência britânica, sobreposto por grafismo com retrato do Rei D. Carlos que o assinou enfraquecendo o poder e o respeito pela monarquia; gravuras sobre a 1ª tentativa da implantação da república com o golpe de 31 de Janeiro de 1891, no Porto; fotografias do Rei D. Carlos e da família real. 13m40: Declarações de João Medina sobre a ditadura régia de João Franco; fotografias de D. Carlos e de João Franco, um dos políticos dominantes da fase final da monarquia constitucional portuguesa, de D. Carlos em cenas de caça; imagens fixas de arquivo RTP de Afonso Costa e Egas Moniz, republicanos presos em 1908, de detenção policial e de presos para ilustrar o decreto régio de 30 de Janeiro de 1908 que condenava ao cárcere ou exílio qualquer envolvido em desordem pública e crimes políticos mesmo sem julgamento. Ilustrações de Lisboa à época, do Terreiro do Paço; recriação histórica do episódio do regicídio (assassinato do rei D. Carlos e do Príncipe herdeiro D. Luís Filipe a 1 de Fevereiro de 1908). Declarações de João Medina sobre o regicídio; ilustrações deste acontecimento e da morte dos regicidas Alfredo Costa e Manuel Buiça. 16m00: Imagens de arquivo RTP do funeral de D. Carlos e do seu filho, com pompa oficial mas com pouca adesão popular; gravura da coroação (subida ao trono) de D. Manuel II aos 18 anos, caricatura de João Franco que abandona o país. Declarações de António Ventura, Diretor Centro de História Universidade de Lisboa, sobre as convulsões que levaram ao enfraquecimento do poder de D. Manuel II, "que reinava mas não governava". Fotografias de republicanos; declarações de João Bonifácio Serra sobre o Partido Republicano e o seu Congresso de Setúbal onde se forma novo diretório com a missão de fazer a revolução. Panfleto clandestino que incita à revolução, fotografias de membros da Carbonária, mapa europeu para ilustração as missões diplomáticas dos republicanos em nome da sua causa. Declarações de Fernando Rosas sobre a previsibilidade de uma revolução, de como essa necessidade estava assumida; imagens de arquivo do funeral real; depoimento de António Ventura sobre o enfraquecimento da monarquia. 19m02: Recriação histórica de acontecimentos na noite de 3 para 4 de Outubro de 1910, Machado Santos veste-se de gala para encabeçar a revolução. Declarações de Fernando Rosas, sobre o aparato de Machado Santos na sua farda militar de gala que se junta aos carbonários para assaltarem o quartel de infantaria de Campo de Ourique, e de Jaime Nogueira Pinto sobre a tomada dos canhões. Exterior do edifício dos Banhos de S. Paulo e do quartel de infantaria 16; imagens de arquivo sobre o sinal dado pelo couraçado Adamastor, retrato de Machado Santos, de movimento de rua em Lisboa; mapa com os locais da Graça e do Castelo assinalados (quartéis que não aderem à sublevação), local dos Banhos de S. Paulo onde os políticos estavam reunidos, grafismo sobreposto com o retrato de António José de Almeida, local do quartel de Alcântara. Declarações de Luís Farinha sobre a zona dos acontecimentos ser paredes meias com o Palácio das Necessidades onde vivia o rei; fotografia das portas arrombadas do quartel de Infantaria 1, em Campolide; mapa de Lisboa com percurso assinalado sobre a estratégia de detenção do rei e os confrontos junto ao Palácio das Necessidades. 22m55: Declarações de António Reis, Historiador, sobre a interceção dos carbonários pela Guarda Municipal na Avenida da Liberdade o que levou a que desistissem do quartel do Carmo e do Palácio das Necessidades e a estabelecerem barricadas na zona da Rotunda; imagens de arquivo sobre estas barricadas, fotografia dos 3 couraçados fundeados no Tejo (só dois foram tomados pelos revoltosos). Dramatização da madrugada de 4 de Outubro em Arroios com o Almirante Reis; declarações de Fernando Rosas e de António Reis sobre a má informação e o facto do Almirante Reis ter assumido que a revolução falhara o que levou ao seu suicídio com arma de fogo na Azinhaga das Freiras. Imagens de arquivo da entrevista ao Capitão Vilhena, interveniente na revolução de 4 e 5 de Outubro de 1910, sobre o episódio do suicídio de Almirante Reis que considera ser o quase "términus" da revolução. Mapa de Portugal com sobreposição de grafismo com retrato de Paiva Couceiro, que, de férias em Cascais, é chamado para integrar as forças monárquicas, mapa com o seu percurso a pé até Queluz; imagem fixa de arquivo com as forças monárquicas armadas no Rossio, e imagens de movimento de rua. Declarações de Fernando Rosas sobre o encabeçar do movimento por Machado dos Santos a 4 de Outubro após a morte do Almirante Reis; retrato de Miguel Bombarda e Cândido dos Reis (Almirante Reis), republicanos mortos. Declarações de Jaime Nogueira Pinto e Rui Ramos sobre a deserção dos oficiais do movimento revolucionário por o considerarem um insucesso; documento com retrato de Machado Santos. Declarações de António Reis e Jaime Nogueira Pinto sobre os 9 sargentos e 200 soldados que se unem a Machado Santos na Rotunda e que permitiram o avanço da revolução; imagens de arquivo das movimentações na Rotunda e que ilustram este depoimento; mapa de Lisboa com a Rotunda, centro nevrálgico da revolução; fotografias das tropas na Rotunda. Comentários de Luís Farinha sobre o facto da Rotunda à época ser o limite da cidade; imagens de arquivo dos couraçados no Tejo, vista zona ribeirinha da cidade, de movimento de pessoas nas vielas. 30m39: Recriação histórica de acontecimento no Palácio das Necessidades, 11 horas do dia 4 de Outubro de 1910, com o Rei D. Manuel II a tomar chá e a ser atingido pelos tiros dos cruzadores, Adamastor e S. Rafael; imagens de arquivo dos danos no palácio provocados pelos bombardeamentos. Comentários de António Ventura, de Luís Farinha, de Fernando Rosas sobre a deserção de D. Manuel II; fotografia de Paiva Couceiro; declarações de Rui Ramos sobre a intervenção de Henrique Mitchell de Paiva Couceiro na fação monárquica e de Jaime Nogueira Pinto sobre a atuação de Paiva Couceiro em Campolide a disparar contra os revoltosos na Rotunda; banda desenhada sobre este episódio; imagem de panfletos espalhados no chão. 35m17: Depoimento de João Bonifácio Serra sobre a contra informação dada pelos republicanos durante a revolta cuja central funcionava no jornal "A Luta", no Largo de S. Carlos. Retrato de Brito Camacho, Diretor do jornal "A Luta" (A Lucta) que manda distribuir panfletos com informações tendenciosas sobre o decorrer deste golpe para moralizar os republicanos; declarações de Rui Ramos sobre esta contra informação; imagem de arquivo com gravura de Lisboa à época. Recriação histórica da retirada de D. Manuel II, que foge do Palácio das Necessidades para o Palácio de Mafra, a 4 de Outubro, às 14 horas, onde contará com a proteção da Escola Prática de Infantaria. Declarações de João Bonifácio Serra sobre o efeito devastador provocado pelo abandono do Palácio das Necessidades pela família real, de Fernando Rosas e António Ventura sobre este comportamento. Retrato de Paiva Couceiro; declarações de Rui Ramos sobre esta personalidade; recriação histórica de telegrafista a enviar mensagem sobre o duelo entre as forças leais a Paiva Couceiro e os revoltos afetos a Machado Santos. 39m43: Comentários de Jaime Nogueira Pinto sobre a resistência de Paiva Couceiro aos ideários e ataques de Machado Santos; continuação da recriação histórica dos republicanos a receberem o telegrama. Mapa de Lisboa com relato em off da retaliação de Paiva Couceiro contra a Artilharia 1; comentários de Jaime Nogueira Pinto sobre esta estratégia; imagens de arquivo das tropas no Rossio, dos revoltosos na Rotunda; gravura do Convento de Mafra e retrato de D. Manuel II; recriação histórica de D. Amélia a juntar-se ao rei; vista panorâmica em movimento da zona ribeirinha de Lisboa. Declarações de António Reis sobre o arsenal de bombas dos carbonários e de como limitavam as movimentações dos monárquicos; imagens de arquivo de movimento de rua em Lisboa; fotografias dos carbonários. Declarações de Luís Farinha e Fernando Rosas sobre a forma como os carbonários isolaram a cidade e impediram a entrada de reforços militares para a fação monárquica. 44m25: Imagens de arquivo RTP com a continuação da entrevista ao Capitão Vilhena e com os revoltosos na Rotunda. Declarações de Jaime Nogueira Pinto sobre a ajuda dos civis a Machado Santos durante o decorrer do dia; desenho do Terreiro do Paço com relato em off da tomada do couraçado D. Carlos por marinheiros e civis encabeçados por Carlos da Maia. Comentários de Fernando Rosas sobre a vitória da revolução, tanto em Lisboa como em toda a sua periferia, já no dia 4 de Outubro. Imagem noturna do quarteirão do Torel e de banda desenhada sobre o duelo entre Paiva Couceiro e Machado Santos na madrugada de 4 de Outubro. a revolução continua...