1º Congresso Nacional do PS
Reitoria da Universidade de Lisboa, Aula Magna, 1º Congresso Nacional do PS na legalidade organizado por Vítor Cunha Rego onde se define a política e a estratégia do partido até às eleições de Março/Abril de 1975 e se realizam as eleições partidárias para os órgãos do PS.
Resumo Analítico
Discurso de abertura de António Macedo, presidente do PS, sobre as violências sofridas por Mário Soares como secretário da Ação Socialista Portuguesa (ASP) devido à defesa da descolonização, as homenagens prestadas aos socialistas portugueses na pessoa de Mário Soares, a visita a Portugal de estadistas e homens vultos do socialismo, a promoção de novos Estados da Guiné, Angola e Moçambique, as personalidades que se aliaram ao socialismo, os socialistas que morreram, os exilados Francisco Ramos da Costa e Manuel Tito de Morais, Mário Soares como embaixador do socialismo português nas nações estrangeiras, a resistência antifascista que possibilitou o 25 de Abril, a libertação conseguida pelo povo português aliado ao Movimento das Forças Armadas (MFA); plano do fotógrafo Eduardo Gageiro. António Macedo refere a viabilidade da realização de congressos políticos devido à Revolução dos Cravos, a criação da sociedade socialista, a sua solidariedade por Mário Soares, a vontade de pedir demissão do cargo de presidente do partido e o futuro do PS traçado pelo povo português e declara aberto o Congresso na Legalidade e grita "Viva o Partido Socialista"; símbolo do PS. Discurso de Henrique de Barros sobre as suas funções no partido, o combate entre os partidos pelos votos do eleitorado, o abandono do trabalho político individual em prol da integração no PS e a defesa da unidade dos partidos de Esquerda; símbolo do PS. Discurso de Mário Soares, secretário geral do PS, de apresentação do relatório "Socialismo, sim, ditadura, não!" e sobre o optimismo que sente, a democracia patente no partido, as eleições para a Comissão Nacional do PS, a Comissão Nacional de Conflitos e o Secretário Geral, as listas para a candidatura a Secretário-Geral, a inexistência de tendências ideológicas diferentes dentro do partido e a apresentação e aprovação do relatório inicial demonstra a união do partido. Mário Soares refere o risco do desemprego, a necessidade de criar novos postos de trabalho e de aumentar a produção, a exclusiva apresentação ao sufrágio dos partidos democráticos, a comparação de Portugal ao Terceiro Mundo e a política externa ligada aos interesses nacionais. Discurso de António Macedo sobre a discussão da Declaração de Princípios e o Programa do PS em Bruxelas e as adesões ao partido. Jornalista Nuno Coutinho entrevista Francisco Marcelo Curto, da Comissão Política do PS, sobre as propostas do partido para a política de trabalho. António Macedo refere a presença das representações da ASP e a discussão da sua integração no PS. Mário Soares refere o processo evolutivo do partido, o apoio do povo, os pontos principais do Programa do PS, a garantia de equilíbrio e liberdade transmitida pelo socialismo, a exclusão da reação, a promessa de vitória da democracia e socialismo nas eleições, a nova política internacional com orientação do Movimento das Forças Armadas (MFA) e a importância do bom censo nas decisões do partido. Mário Soares comenta a necessidade de meditação nas atuais estruturas políticas em Portugal, a revolução cultural após a ditadura e os seus mecanismos repressivos, a forma pacífica como decorre a transformação da sociedade portuguesa, a democracia através do diálogo e da pedagogia da tolerância e a posição arbitral do Presidente da República exercida com descrição e eficácia. Mário Soares lê telegrama dirigido ao Presidente da República e refere a importância do MFA; presentes aplaudem e gritam "MFA" e "Socialismo"; Mário Soares refere o papel do Governo Provisório e da Coligação Tripartidária, a influência da reação na política portuguesa, o esquerdismo irresponsável e o esforço para a isenção e liberdade dos meios de informação. Mário Soares pede um minuto de silêncio pela memória de todos os camaradas de todos os partidos antifascistas que não viram a liberdade; militantes aplaudem e fazem minuto de silêncio.