Rafael Bordalo Pinheiro
Rafael Augusto Prostes Bordalo Pinheiro nasceu a 21 de março de 1846 e morreu a 23 de janeiro de 1905. Com 9 anos ingressa no Liceu Central das Mercieiras e 4 anos depois na Academia Real das Belas Artes de Lisboa. Com 14 anos integra o elenco de uma peça no Teatro Garrett, o que o levou a inscrever-se na Escola de Arte Dramática, tendo desistido deste curso. Percursor do cartaz artístico em Portugal, desenhador, aguarelista, ilustrador, decorador, caricaturista político e social, jornalista, e ceramista.
Como artista plástico apresentou pela primeira vez trabalhos, em 1868, na exposição promovida pela Sociedade Promotora de Belas Artes. Em 1871 recebeu um prémio na Exposição Internacional de Madrid. Ao longo do tempo desenvolveu a sua faceta de caricaturista, ilustrador e decorador. Criou a figura do Zé Povinho que se tornou num símbolo do povo português, publicada no primeiro jornal dedicado à crítica social "A Lanterna Mágica", em 1875, e nesse ano, partiu para a Brasil.
Durante alguns anos Rafael Bordalo Pinheiro dirigiu vários periódicos em Portugal sobre a sociedade portuguesa, e durante os anos que esteve no Brasil. Lançou três publicações "O Calcanhar de Aquiles", A Berlinda" e o "Binóculo".
Experimentou trabalhar o barro, e começou a produção de louça artística na Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha.
O governo português encomenda-lhe 86 figuras (que não foi concluída) que se encontram no Museu de José Malhoa, nas Caldas da Rainha, e dirigiu a construção do Pavilhão de Portugal na Exposição Universal de Paris de 1889.
Conquistou vários prémios, como a medalha de ouro na Exposição Colombiana de Madrid em 1892 e 1895, em Antuérpia, em 1894, em Paris, 1900, e nos Estados Unidos da América, em 1904.
Como desenhador Rafael Bordalo Pinheiro produziu dezenas de litografias. Compôs inúmeros desenhos para almanaques, anúncios e revistas estrangeiras, como o "El Mundo Comico", "Ilustrated London News", "Ilustracion Española y Americana", "L'Univers Illustré" e "El Bazar".
O Museu Bordalo Pinheiro inaugurado em 1916, situado no Campo Grande, em Lisboa, é dedicado à sua vida e obra.