Alfredo da Silva

Alfredo da Silva nasceu no dia 30 de junho de 1871, em Lisboa no seio de uma família de comerciantes, e morreu no dia 22 de agosto de 1942, em Sintra. Estudou em França até à morte de seu pai em 1885, e regressa a Portugal, onde prossegue os seus estudos. Em 1887, matricula-se no Curso Superior de Comércio, no Instituto Comercial e Industrial de Lisboa, e em 1890, assume o encargo de gerir a herança da família. Em 1893 já administrava a Companhia Aliança Fabril (CAF) e o Banco Lusitano. A convite da direção da Carris, do qual era acionista, realiza uma visita de estudo a algumas cidades da Europa, para conhecer o funcionamento dos melhores sistemas de tração mecânica, e do relatório dessas visitas surgiu a adoção do sistema de tração elétrica com condutor aéreo por parte da Carris, os "Elétricos de Lisboa". Enquanto diretor do Banco Lusitano compra ações da Aliança Fabril, da qual se torna administrador gerente, e continua a participar nas sessões da Sociedade de Geografia de Lisboa, onde assume o cargo de secretário da secção da indústria. Alfredo da Silva aos 26 anos faz a fusão da sua empresa, a CAF com a CUF (Companhia União Fabril). Em 22 de abril de 1898 foi formalizada a constituição da nova CUF, e viria a tornar-se a "gigante" da indústria, ao iniciar a produção de adubos em grande escala, em Portugal. Em 1907, a Companhia União Fabril estava em expansão, e Alfredo da Silva escolhe o Barreiro, uma aldeia junto ao rio Tejo para instalar as novas unidades fabris. Esta empresa espalha várias fábricas pelo país, e tinha como lema "O que o país não tem a CUF cria". Com o argumento de que os trabalhadores satisfeitos são mais dedicados, decide construir uma escola, um posto de socorros, uma despensa que vendesse os produtos a preço de custo e uma caixa económica para benefício de todos os trabalhadores. Mais tarde construía o bairro operário da CUF, com o objetivo de fixar os trabalhadores junto do local de trabalho, e um grupo cultural e recreativo. Alfredo da Silva foi alvo de dois atentados fracassados o que o levou a exilar-se em Espanha e França, gerindo a CUF à distância. O industrial foi deputado e membro da Câmara Corporativa em 1934, a convite de Salazar. Com o auxílio da grande burguesia opõe-se à lei das 8 horas de trabalho. Nas décadas seguintes, estendeu a sua atividade ao setor bancário, ao negócio do tabaco com a fundação da Tabaqueira, e à reparação e construção de embarcações para as frotas pesqueiras nacionais e estrangeiras, no estaleiro da Rocha de Conde de Óbidos. Antes de morrer cria a Companhia de Seguros Império. É condecorado a 31 de dezembro de 1932 com a Grã Cruz da Ordem Civil do Mérito Agrícola e Industrial. Após a sua morte, Manuel de Mello, seu genro, assumiu a liderança do grupo. Cria em 1964, a Fundação Amélia da Silva de Mello, em homenagem à sua mulher, filha de Alfredo da Silva, para reforçar a obra social da CUF. Alguns anos depois da Revolução de 25 de Abril de 1974, que levou à nacionalização das empresas, o legado do industrial Alfredo da Silva, voltaria a expandir-se graças aos seus netos, através da criação de dois grupos distintos: O Grupo Sovena e o Grupo José de Mello. Os seus restos mortais foram transladados do cemitério do Alto de São João, em Lisboa, para o Barreiro, em Agosto de 1944, para o mausoléu que foi construído junto ao complexo industrial onde se pode ler na inscrição "Alfredo da Silva repousa junto da obra que criou e vela pela sua continuidade". A 12 de janeiro de 1947 é inaugurada a Escola Industrial e Comercial Alfredo da Silva, no Barreiro, e o Estádio Alfredo da Silva, que foi a casa do Grupo Desportivo da CUF, no Lavradio, em 30 de junho de 1965. Uma estátua em sua homenagem é colocada no centro da cidade, junto ao Parque Catarina Eufémia, no Barreiro. O património museológico da CUF incluí a Casa Museu Alfredo da Silva, o Museu Industrial Baía do Tejo, o Mausoléu e o Bairro Operário da CUF datado de 1908.