O Algarve – Parte II
Segunda parte do programa apresentado pelos jornalistas Margarida Marante e Miguel Sousa Tavares, dedicado a debater a degradação da qualidade do Algarve motivada pela construção excessiva que descaracteriza a região. Intervenientes no debate: Cabrita Neto, governador Civil de Faro, Licínio Cunha, secretário de Estado do Turismo, Patrícia Cavaco Silva, estudante e filha do primeiro-ministro Cavaco Silva, e João Cutileiro, escultor.
Resumo Analítico
Destaque paras as intervenções: Licínio Cunha fala sobre a quebra da procura turística britânica e a descaracterização urbanística nalgumas localidades. João Cutileiro refere a perda de qualidade de vida devido ao crescimento urbano e o desinteresse pela atual oferta turística. Patrícia Cavaco Silva destaca a falta de ordenamento e planeamento urbanístico que tem permitido a degradação da região. Cabrita Neto reconhece a alteração da paisagem, o tipo de desenvolvimento negativo que se tem praticado devido à ausência de um planeamento eficaz, a relação entre o aumento da construção e o aparecimento da atividade imobiliária, a existência de soluções para recuperar o Algarve e a necessidade de coragem política para as implementar. Licínio Cunha admite a inexistência de um estudo da capacidade de carga da região e o ritmo desigual da implantação de infraestruturas de apoio aos edifícios hoteleiros; Patrícia Cavaco Silva defende a criação de espaços verdes; João Cutileiro caracteriza a personalidade dos algarvios. Cabrita Neto salienta a prevalência das indústrias hoteleiras nacionais e a atuação do Governo Civil de Faro para minimizar o ruído da atividade turística. João Cutileiro afirma que as queixas apresentadas pelos cidadãos devido ao barulho não são atendidas pelas autoridades; Licínio Cunha enumera fatores que têm contribuído para a degradação da qualidade da região provocada essencialmente por problemas estruturais; João Cutileiro realça a reduzida capacidade do aeroporto de Faro nos locais de espera de passageiros; Licínio Cunha defende a definição do plano de ordenamento do território do Algarve, a contenção da construção em zonas de grande concentração urbanística, a limitação do exercício do poder autárquico, o controlo do alojamento paralelo e a criação de áreas de interesse para o turismo como formas de melhorar a qualidade do destino; João Cutileiro aponta a desvalorização do património nacional e a sobrecarga de serviços. Cabrita Neto admite que o Governo vai proceder à renovação das autorizações de projetos aprovados e que o desenvolvimento é compatível com a preservação do ambiente, não acreditando que na origem do problema da descaracterização urbana esteja a corrupção.