Legislativas 76: Mesa Redonda

00:58:07

Lisboa, em direto da Fundação Calouste Gulbenkian, o jornalista Carlos Veiga Pereira modera a mesa redonda sobre as eleições legislativas que decorreram no dia anterior, com vitória do PS. Com as presenças de Diogo Freitas do Amaral, Secretário-geral do CDS, de Mário Soares, Secretário-geral do PS, de Francisco Sá Carneiro, Secretário-geral do PPD, e de Filipe Faria, representante da UDP.

  • Nome do Programa: Especial Informação
  • Nome da série: Especial Informação
  • Locais: Lisboa
  • Personalidades: Mário Soares, Diogo Freitas do Amaral, Francisco Sá Carneiro, Filipe Faria, Carlos Veiga Pereira
  • Temas: Política
  • Canal: RTP 1
  • Menções de responsabilidade: Jornalista: Carlos Veiga Pereira
  • Tipo de conteúdo: Programa
  • Cor: Preto e Branco
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3

Resumo Analítico

Veiga Pereira apresenta os convidados e explica a razão da ausência de Álvaro Cunhal, Secretário-geral do PCP. 36m35: Mário Soares analisa os resultados eleitorais e fala de estabilidade da distribuição do voto relativamente às anteriores eleições, da queda dos partidos da extrema-esquerda com exceção da UDP; da descida do número de votos do PCP, PS, e PPD; do aumento significativo da votação no CDS; lamenta os atos de agressividade contra a democraticidade eleitoral ocorridos no Alentejo, Madeira e Vila Real; recusa responsabilidades pelos atos praticados contra o CDS por anónimos com emblemas do PS; congratula-se pela democraticidade global do processo eleitoral e pela aposta da população na democracia; e sublinha o aumento da votação do PS nos Açores e Madeira que reafirma serem parcelas integrantes do território nacional. 43m08: Veiga Pereira lembra a Mário Soares que os resultados ficaram aquém do esperado pelos dirigentes socialistas; Mário Soares admite o recuo da votação no PS e a sua nova distribuição no território nacional, explica a descida com a campanha antissocialista movida pelos "retornados" descontentes com a descolonização e com a erosão causada pela participação no VI Governo Provisório; e reafirma a continuidade do PS como o maior partido. 47m39: Diogo Freitas do Amaral considera o processo eleitoral e a maioria obtida pelos partidos da democracia pluralista (PS, PPD e CDS) uma vitória da democracia; saúda os militares do 25 de Abril e do 25 de Novembro por terem feito a revolução e a terem mantido num rumo pluralista; congratula-se com a subida da votação no CDS; felicita o PS e o PPD pela vitória e segundo lugar alcançados; exige o cumprimento da promessa eleitoral do PS de ocupar a legislatura a resolver os problemas reais da população. 53m44: Francisco Sá Carneiro concorda globalmente com as análises anteriores; recusa que o PPD seja um partido de direita e afirma que é um partido da esquerda moderada ou centro-esquerda; felicita Diogo Freitas do Amaral e o CDS pelo resultado alcançado; agradece ao povo português o ter lutado e continuar a lutar por manter a democracia; considera que a participação do PPD no VI Governo Provisório pode ter causado a perda de alguns votos mas responsabiliza o aumento das abstenções pela descida percentual; congratula-se com os resultados alcançados; defende uma coligação dos partidos democráticos que assegure um Governo com maioria absoluta, mas exclui qualquer coligação com o PCP. 59m21: Filipe Faria saúda o povo pela derrota dos partidos fascistas (PPD e CDS); aponta a utilização do voto útil na vitória dos partidos da esquerda (PS e PCP); lembra as responsabilidades do PS e PCP nos Governos Provisórios, na situação atual do país, pela política de conciliação com os partidos da direita; assume a responsabilidade de trazer as lutas do povo para o meio dos partidos burgueses; vê com apreensão a falta de responsabilização e o retorno da máquina fascista; considera positiva a derrota do PPD e CDS embora seja negativa a vitória do PS e PCP. 01h04m09: Francisco Sá Carneiro congratula-se com o modo como decorreu a campanha apesar dos incidentes isolados; Mário Soares lembra que a revisão do pacto assinado entre o Movimento das Forças Armadas e os partidos políticos exclui remodelações governamentais no período entre as eleições legislativas e as presidenciais excerto no caso de crise grave; coloca a possibilidade de remodelação caso José Pinheiro de Azevedo, Primeiro-ministro do VI Governo Provisório se candidate à presidência; e clarifica que essa é a posição concordada entre os partidos em reunião, no Ministério dos Negócios Estrangeiros anterior à assinatura do pacto. 01h11m10: Francisco Sá Carneiro clarifica que a posição do seu partido sempre foi a da não entrada em vigor da Constituição antes da tomada de posse do novo Presidente da República sem exclusão da manutenção do Governo; considera, a título pessoal, que a estabilidade governativa só é possível com a criação de um governo transitório que reflita os resultados eleitorais e o futuro do I Governo Constitucional. 01h16m26: Diogo Freitas do Amaral advoga a manutenção em funções do atual Governo por motivos de estabilidade e interesse nacional e considera importante que o novo Governo seja acompanhado de um novo Presidente e uma Nova Assembleia da República. 01h20m03: Francisco Sá Carneiro considera que a eventual saída do PPD do VI Governo Provisório não obrigaria a grandes mudanças e que é importante aproveitar o tempo até às eleições presidenciais com a preparação do trabalho a realizar pelo I Governo Constitucional numa perspetival de continuidade; Mário Soares lembra que foi o PPD a inspirar o acordo entre partidos por defender a simultaneidade das eleições legislativas e presidenciais; fala da importância de um novo Governo entrar em vigor apenas após as eleições presidenciais por causa do sistema semipresidencialista da nova constituição; julga a ação do VI Governo Provisória positiva ao nível do restaurar da confiança dos portugueses; considera que o PPD se deve manter no Governo por se tratar de um Governo Provisório, por necessitar de uma ampla base de apoio e ter sido acordada uma coligação de suporte envolvendo o PS, o PPD e o PCP; sugere a possibilidade de alianças futuras do PS com qualquer um dos grandes partidos; e lembra que o novo Primeiro-ministro deve ser nomeado pelo novo Presidente da República, depois de ouvido o Conselho da Revolução, e respeitando os resultados eleitorais. 01h29m17: Filipe Faria alerta para o facto dos interesses escondidos por detrás do PPD e CDS irem procurar desestabilizar e combater as conquistas dos trabalhadores até à tomada de posse do novo Governo; considera que a previsível saída do PPD do Governo se inscreve numa tentativa de influenciar os resultados das eleições presidenciais; e questiona a análise positiva da ação do VI Governo Provisório feita por Mário Soares.

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