Entrevista ao Primeiro-Ministro Francisco Sá Carneiro

01:07:17

Lisboa, os jornalistas José Eduardo Moniz e António Mega Ferreira entrevistam Francisco Sá Carneiro, primeiro ministro e líder da Aliança Democrática, no seu gabinete nos Serviços da Presidência do Conselho de Ministros em Lisboa. Destaque para as questões relacionadas com a reforma agrária, o confronto entre a AD com os partidos da oposição, as forças sindicais e os membros do Conselho da Revolução, a política externa e o boicote aos Jogos Olímpicos de Moscovo na União Soviética.

  • Nome do Programa: Telejornal: Entrevista
  • Nome da série: Telejornal
  • Locais: Lisboa
  • Personalidades: Francisco Sá Carneiro, José Eduardo Moniz, António Mega Ferreira
  • Temas: Política
  • Canal: RTP 1
  • Menções de responsabilidade: Jornalistas: José Eduardo Moniz e António Mega Ferreira
  • Tipo de conteúdo: Notícia
  • Cor: Cor
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3 PAL

Resumo Analítico

Exterior do edifício dos Serviços da Presidência do Conselho de Ministros; Francisco Sá Carneiro comenta as dificuldades que o governo tem sentido na governação do país e os confrontos com os partidos da oposição, forças sindicais e membros do Conselho da Revolução, afirma que os trabalhadores agrícolas estão a ser manipulados em questões relacionados com a reforma agrária e a atribuição de reservas no sentido de irem contra o governo. 06m00: Referência à campanha da AD em que Francisco Sá Carneiro afirma que "nós não anunciamos que governaríamos em rutura, anunciamos que assumiríamos com clareza a política do país (...) e que só governaríamos com a maioria absoluta" e que "o governo não se assusta e não se assustará de maneira de nenhuma e que o governo tem um mandato que levará até ao fim", explica de que forma a lei da reforma agrária (lei do primeiro Governo de Mário Soares) em vigor está a ser colocada em prática com a distribuição de terras e a incrementação da produção e os apoios prestados aos agricultores no que se refere à distribuição de adubo que se encontra armazenado e ao não aumento dos preços dos adubos. 12m00: Francisco Sá Carneiro comenta as acusações "infundadas" dirigidas a João Romão, secretário de Estado da Estruturação Agrária, cuja confiança se mantém e que vai permanecer no governo, refere que as acusações a elementos do governo, por parte dos deputados da Assembleia da República e da imprensa, são uma forma de ataque que não irão demover a AD e prejudiciais para o país, afirma que o governo não tenciona nem vai ser "polícia da imprensa" afirmando que a imprensa é utilizada como arma política, dando vários exemplos que justificam a sua afirmação. 21m05: Francisco Sá Carneiro admite a existência de uma ofensiva da parte do PCP, do PS e dos membros do Conselho de Revolução em relação ao governo, afirma que a AD só deixará o governo através de escolha eleitoral e não por tentativas de goles de Estado, refere a diferença e distância entre o projeto político do General António Ramalho Eanes, presidente da República, o projeto politico da AD e o projeto político do PCP e afirma que o projeto de António Ramalho Eanes não é possível e tece comentários sobre as relações entre o governo e o presidente da República. 33m00: Francisco Sá Carneiro afirma que não tem intenção de apoiar a recandidatura António Ramalho Eanes para as eleições presidenciais e de substituir o Concelho de Revolução por outro órgão político-militar, que pretende cumprir tudo o que foi prometido no programa da AD, enumera os progressos alcançados, nomeadamente a progressiva diminuição da taxa de inflação, a não existência do aumento generalizado do preço dos transportes e a descida dos preços dos produtos importados, considera que as reivindicações sindicais são prejudiciais para os trabalhadores e as principais causas da injustiça social e a elevada inflação que não se coaduna com os pedidos de aumento dos salários, e refere os objetivos prioritários em termos de política económica do governo entre os quais o controlo dos preços elevados, a redução da inflação e a defesa do poder de compra. 37m55: Destaque para os defensores das greves e de reivindicações de "salários irrealistas", apelo aos que não cumprem com as suas responsabilidades fiscais para que o façam com a maior brevidade como forma de solidariedade com os seus concidadãos, foca a importância da disciplina de trabalho dos portuguesa e da necessidade de aumentar a produtividade de modo a melhorar as condições de vida, promover um maior apoio por parte da Comunidade Económica Europeia (CEE) e contribuir para a descida do desnível em relação aos países mais desenvolvimentos da CEE. 49m20: Francisco Sá Carneiro destaca a necessidade de uma revisão constitucional que represente a diversidade da população portuguesa e refere a nova lei da nacionalidade, que permite aos portugueses que se queiram naturalizar cidadãos de outro países manter a sua nacionalidade portuguesa, identifica alguns dos objetivos da política externa portuguesa defendidas pelo governo, nomeadamente a integração de Portugal no Mercado Comum e o reforço das relações com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), países árabes e países da América Latina. 53m20: Referência à invasão militar do Afeganistão por parte de tropas da União Soviética (URSS) que condena solenemente e a considera como "uma atentado à paz e à segurança internacionais", menciona as críticas direcionadas ao governo devido à posição tomada perante a invasão, destaca os encontros com embaixadores das antigas províncias ultramarinas portuguesas, refere a intenção de boicote aos Jogos Olímpicos de Moscovo na União Soviética, a realizar-se entre 19 de julho e 3 de agosto de 1980, e a decisão de conceder ao Comité Olímpico a liberdade de decidir se participa ou não no evento e que estes serão transmitidos em Portugal, e a política externa dos Estados Unidos da América. 01h04m00: Francisco Sá Carneiro expressa a vontade de ver os países ocidentais unidos numa política comum, com menos divisões e maior solidariedade entre os países e menciona a lei-quadro do referendo proposta pelo governo cuja apresentação estará para breve, estando em fase de aprovação por parte do presidente da República.

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