Floresta de Enganos
Programa apresentado por José Hermano Saraiva dedicado a Gil Vicente, ao seu último auto conhecido "A Floresta de Enganos", tendo como ponto de partida a peça "Miserere" e uma exposição sobre este dramaturgo, uma co-produção entre o Teatro Nacional D. Maria II e o Teatro da Cornucópia.
Resumo Analítico
Sala do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa; exposição sobre Gil Vicente; José Hermano Saraiva refere que muito pouco se conhece da biografia deste ourives e dramaturgo do século XV e menciona o seu último auto conhecido, "A Floresta de Enganos", de 1536, escrita originalmente em castelhano, gravura retratando Gil Vicente em representação na corte para ilustração do seu primeiro trabalho, o "Auto da Visitação" ou "Monólogo do Vaqueiro", aquando do nascimento de Dom João III, em 1502; vários livros de Gil Vicente expostos, entre eles "Notas Vicentinas", "Gil Vicente Trovador, Mestre da Balança". 08m40: Retrato de Gil Vicente, livro do auto "A Floresta de Enganos", constituída por 3 histórias e no preâmbulo o autor vem junto à figura da censura (um parvo a ele amarrado); retrato de Martinho Lutero, iniciador da Reforma Protestante; ilustrações sobre a Igreja Católica; relato da embaixada católica de Roma que em 1531 vai à Alemanha dissuadir Lutero das suas teses heréticas; retrato do Imperador Carlos V a quem foi pedido que travasse a Reforma; interior de igreja, explicação da apresentação do auto "Jubileu de Amores", fortemente crítico da Igreja Católica e que provocou um protesto do Bispo Leandro ao Papa. 17m30: Exterior do Palácio de Dom Manuel, em Évora, outrora conhecido por Paço Real de São Francisco, onde Gil Vicente representa "A Floresta de Enganos" que retrata este episódio e a perseguição de que foi vítima e mais duas histórias com ela relacionadas (após isto o dramaturgo desaparece e nem existem documentos ou relatos sobre a sua morte); mostra dos livros em exposição, cartaz publicitário da peça que está em representação no Teatro Nacional D. Maria II, o espectáculo "Miserere", colagem de textos de Gil Vicente feita por Luís Miguel Cintra, responsável pela encenação. José Hermano Saraiva explica a origem do nome deste espectáculo,um salmo bíblico utilizado frequentemente em diversas tradições litúrgicas, por sua mensagem de humildade e arrependimento, a que está ligado o padre Girolamo Savonarola. 20m53: Fotografias da peça, sala do Teatro Nacional D. Maria II, camarotes; obras vicentinas em exposição; referência ao "Auto da Cananea", nunca representado na corte mas representado na igreja do Mosteiro de Odivelas por encomenda da sua abadessa; gravura para ilustração do julgamento de Gil Vicente; tabelas cronológicas em exposição sobre a vida deste autor, destaque para página de texto com referência de Gil Vicente à sua própria morte com ilustrações de caveira.