Óscar Lopes conversa com Bernard Cassen
Professor universitário Óscar Lopes entrevista em francês Bernard Cassen, especialista em Línguas e Literaturas Anglo-saxónicas e fundador da Universidade de Vincennes, sobre o carácter pioneiro da universidade, à abertura a estudantes sem a qualificação do ensino secundário e os temas fundamentais que abordou no seminário que veio orientar ao curso de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Resumo Analítico
Óscar Lopes apresenta Bernard Cassen e refere o seu percurso profissional. 43m55: Bernard Cassen fala do surgimento da Universidade de Vincennes na sequência da revolução de Maio de 68 e como tal imbuída dos valores e espírito do movimento, nomeadamente na vontade de participação direta dos estudantes nas decisões de gestão da faculdade e na determinação de programas e métodos de avaliação dos conhecimentos. 48m10: Cassen afirma que a universidade faz parte integrante de um quadro social já existente e que, não obstante os desejos de ruptura, não se deve esquecer este enquadramento quando se discute a autonomia total das instituições. 50m10: Cassen explica a filosofia e os mecanismos de abertura de portas da universidade aos estudantes que não terminaram o ensino secundário; refere os problemas pedagógicos que se põem aos estudantes neste caso concreto, como a falta de um aparelho conceptual que formalize e expresse o relevante conjunto de conhecimentos adquirido ao longo da sua experiência profissional. 53m40: Cassen constata que a universidade de Vincennes não é uma universidade operária, uma vez que os estudantes que acedem pelos seus meios à universidade são empregados no sector terciário e não operários. 55m30: Cassen fala da diferença entre o nível de ensino das Grands Ecoles e das Universidades, e alerta para o risco que as universidades correm de baixar o nível de exigência neste processo de inclusão de uma maior fatia da população.