A Economia Portuguesa – Parte II

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Segunda parte do debate moderado pela jornalista Margarida Marante, sobre a economia portuguesa, com os convidados em estúdio, Silva Lopes, professor universitário, ex-ministro das Finanças e ex-Governador do Banco de Portugal, Alfredo de Sousa, professor universitário e diretor da Faculdade de Economia, Miguel Beleza, professor universitário e Mário Murteira, professor universitário e ex-Ministro dos Assuntos Sociais e da Coordenação Económica, com uma assistência de 18 economistas que, na sede da Ordem dos Economistas, seguem a discussão e colocam perguntas, sendo o programa de estabilização económica desenvolvido pelo Governo, o desempenho do sector empresarial do Estado e o relançamento da economia portuguesa os principais assuntos em discussão.

  • Nome do Programa: A Economia Portuguesa
  • Nome da série: 1ª Página
  • Locais: Portugal
  • Personalidades: Margarida Marante, Silva Lopes, Alfredo de Sousa, Miguel Beleza, Mário Murteira
  • Temas: Economia e Finanças, Política, Sociedade
  • Canal: RTP 1
  • Menções de responsabilidade: Apresentação: Margarida Marante. Produção: Teresa Claro. Realização: Manuel Tomás e Leonilde Rodrigues.
  • Tipo de conteúdo: Programa
  • Cor: Cor
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3 PAL

Resumo Analítico

Margarida Marante relança o debate, Miguel Beleza diz que os limites ao crédito e as taxas de juro atuais são um entrave ao investimento, Alfredo de Sousa sublinha que os preços administrados sobem mais e mais depressa do que os não administrados, que foi um erro não refrear mais cedo a política económica expansionista iniciada em 1980, Mário Murteira diz que o que é necessário é um novo funcionamento da economia portuguesa em que os vícios e os defeitos sejam corrigidos, lembra que dos 3 países europeus que saíram de ditaduras nos anos 70, Portugal é o único em que o poder de compra dos cidadãos não melhorou, defende que para além da preocupação com o déficit externo, também a inflação devia merecer a atenção do Governo. Silva Lopes recorda que, com outros economistas, em 1981 e 1982 defendeu medidas para controlar a crise e que o Governo dizia que a situação era boa e que tais medidas eram desnecessárias, defende um ligeiro desenvolvimento no sector da construção civil como forma de sair da crise. Miguel Beleza diz que se os bons indicadores económicos existentes até ao momento se confirmarem pode esperar-se uma retoma da economia portuguesa no próximo ano, Mário Murteira mostra-se pessimista quanto ao relançamento da economia, a curto prazo, Silva Lopes admite que o Governo, por razões políticas, relance a economia no próximo ano e defende que esse relançamento seja feito com prudência. Alfredo de Sousa afirma que o estado atual da economia não pode prolongar-se por muito mais tempo porque isso causaria danos profundos no tecido produtivo nacional e aponta algumas soluções que, em sua opinião, incentivariam o investimento, que o crédito mal parado não põe em risco a sobrevivência das instituições bancárias mas lembra que algumas delas não estão em boa situação e precisam de medidas de recuperação prudentes, Fernando Cardote, Rui Carp e Silveira Godinho, na sede da Ordem dos Economistas, colocam perguntas aos convidados, Silva Lopes diz que concorda com a tese de Alfredo de Sousa segundo a qual o Governo devia baixar as taxas de juro sobre capitais nos depósitos a prazo. Miguel Beleza faz a distinção entre os juros das dívidas pública interna e externa e lembra que qualquer um destes encargos é muito elevado mas lembra que o juro da dívida pública interna não é preocupante por ser pago pelo Estado a si próprio, defende que tem de haver cortes nas despesas públicas mas sublinha que não pode ser feito em áreas como a das prestações sociais. Alfredo de Sousa afirma que a economia paralela existe em todo o mundo e admite que há atividade paralela em Portugal, no domínio financeiro e no comércio, adiante que 30% do sector da construção e 1/3 da produção têxtil são ilegais, afirma que o aspeto mais grave desta questão é que a população portuguesa se habituou a viver em ilegalidade, defende que só liberalizando é que se pode relançar duradouramente a economia. Veiga Anjos, Vicente Pinto e Manuela Silva, na Ordem dos Economistas, fazem perguntas aos 4 convidados, Silva Lopes reconhece que os custos da política de contenção do Governo não são suportados por toda a sociedade da mesma maneira e afirma que a política de redistribuição de rendimentos é deficiente. Mário Murteira afirma que desde 74 até agora o salário real se reduziu, defende que Portugal deve ter uma posição mais autónoma nas suas relações económico-financeiras com o estrangeiro, Miguel Beleza afirma que o país está a regressar ao corporativismo e explica porquê dando exemplos concretos. Alfredo de Sousa diz que enquanto não se corrigirem os vícios vai ser muito difícil que Portugal caminhe para uma democracia económica, defende que é preciso uma política estrutural para a agricultura, Silva Lopes afirma que apesar de estarmos numa política de estabilização temos de começar a preparar uma política de desenvolvimento.

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