30 Minutos com Freitas do Amaral
Entrevista conduzida pela jornalista Maria Elisa a Diogo Freitas do Amaral, presidente do CDS e vice-presidente da União Europeia das Democracias Cristãs, para análise da situação política nacional.
Resumo Analítico
Entrevista a Freitas do Amaral sobre os temas: a não exploração, por parte do CDS, da crise interna do PSD, a saída de militantes e simpatizantes do CDS, o Governo com o PS, que está abrangido pelas promessas feitas em 1976, a não possibilidade de se formar um Governo com PS, CDS e PSD, devido à crise interna no PSD, em desacordo com o PS nos sectores da Saúde e da Agricultura, a abstenção do CDS na votação da Lei das Organizações Fascistas, os atrasos no cumprimento da Lei das Indemnizações, a política de restrições aplicada por este Governo, cuja culpa é do "gonçalvismo", a não possibilidade de aplicar a política de indexação salarial, ou seja, a subida dos salários acompanhando a da inflação, a sua recente eleição para Vice-Presidente da União Europeia das Democracias-Cristãs, na qual espera vir a ocupar-se da defesa dos princípios das democracias-cristãs em África e na América Latina, onde há países muito ligados a Portugal, o encontro com Suarez, Primeiro-ministro espanhol, e a possibilidade de haver, em Espanha, um acordo governamental idêntico ao que funciona em Portugal, o seu desejo de voltar a professar Direito, na Faculdade de Lisboa, o que de momento não lhe é possível por falta de tempo, preparativos do seu concurso a professor catedrático, Freitas do Amaral afirma que é admirador de horóscopos e de astrologia, que há pessoas que nunca fizeram segredo de que estavam no CDS porque não havia nada mais à direita, que a crise interna do PSD é má para a democracia e para a estabilidade do país, que o CDS não está de todo interessado em marginalizar seja quem for e muito menos o PSD, que resolveram formar este Governo com o PS para ajudar o país a resolver uma crise grave e um momento muito difícil da sua vida, que no CDS não se contabiliza a política, apenas em termos de perdas e ganhos, nunca mais se pode dizer em Portugal que o CDS jamais chegaria ao Governo, que hoje toda agente reconhece que o CDS tem valores, que o CDS tem quadros, que o CDS não é só o professor Freitas do Amaral, que o CDS tem muita gente de muita qualidade capaz de assegurar as pastas fundamentais no Governo de um país, ou seja, é importante para o país, que não deixará de tirar a lição do acontecimento nas próximas eleições, que um dos efeitos positivos da revolução foi o de alargar enormemente a classe média em Portugal, há que culpar, sim, as forças que em apoio ao "gonçalvismo" comunista fizeram tal destruição na economia portuguesa, que a oposição não tem sido capaz de constituir essa alternativa, que não tem dúvidas de que, mais semestre menos semestre, as alternativas ao atual Governo tomarão corpo e que o Verão deste ano será certamente um Verão politicamente sereno, em que todos portugueses poderão gozar o seu merecido repouso.