Museu Alberto Sampaio
Programa apresentado por Paula Moura Pinheiro e dedicado ao Tríptico da Natividade, também conhecido por Tríptico Portugal, peça de ourivesaria dos finais do século XIV proveniente da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira, que faz parte do espólio do Museu de Alberto Sampaio em Guimarães, conforme nos explica o convidado João Soalheiro, Historiador.
Resumo Analítico
Claustros interiores do Museu Alberto Sampaio que ocupa a antiga Casa do Cabido da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira, Tríptico da Natividade, Paula Moura Pinheiro fala sobre o tema do programa. Grafismo com globo terrestre com destaque para a Península Ibérica e o território de Portugal com a cidade de Guimarães assinalada, vistas da cidade, fachadas de monumentos, exterior da Igreja de São Miguel do Castelo, vista do Largo do Toural, Praça da Oliveira no Centro histórico de Guimarães, Padrão do Salado, casario típico, exterior da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, também referida como Igreja da Colegiada de Guimarães, estátua de D. Afonso Henriques, Castelo, edifício dos antigos Paços do Concelho, Casa do Arco da Rua de Santa Maria, Torre com a inscrição "Aqui Nasceu Portugal", Paula Moura Pinheiro entra no Museu Alberto Sampaio, exterior das instalações do museu, travelling pelo seu interior. Tríptico da Natividade, peça de ourivesaria em madeira revestida a prata dourada, é composto por um painel fixo e dois volantes e o seu programa iconográfico inclui, além do tema da Natividade, os episódios da Anunciação e da Epifania, ou apresentação no templo, pormenores deste altar, comentários de João Soalheiro, Historiador, que explica as teorias à volta deste tesouro, a primeira das teses, criada provavelmente no século XVII, defende que a peça é uma encomenda de D. João I, Mestre de Avis, que, recorrendo aos despojos da Batalha de Aljubarrota em 14 de Agosto de 1385, terá mandado fazer um retábulo com o equivalente ao seu peso em prata para agradecer a Nossa Senhora da Oliveira, de que era muito devoto, a vitória das suas tropas lideradas pelo célebre Nuno Álvares Pereira frente às de João de Castela, a segunda diz que o retábulo faz parte dos bens que os castelhanos deixaram para trás durante a fuga e que deverá ter pertencido ao rei invasor, tese defendida por este historiador. Página da Crónica de D. João I, de Fernão Lopes, gravuras de batalha medieval para ilustrar a Batalha de Aljubarrota, relato desta batalha onde os portugueses derrotaram os espanhóis em apenas meia hora e com um terço dos homens, pintura que retrata D. João I de Castela. Imagem da Nossa Senhora da Oliveira, à época Santa Maria, frente à qual rezou D. João I antes da batalha, pintura intitulada "D. João I invocando Nossa Senhora da Oliveira na Batalha de Aljubarrota", de Frei Manuel dos Reis, 1665, pormenores do quadro, João Soalheiro fala sobre as razões de legitimidade que o Rei de Castela tinha para invocar a tomada do reino de Portugal após a crise de 1383-1385. Ilustração que retrata D. Nuno Álvares Pereira, menção a João das Regras, um jurisconsulto português que no contexto da Crise de 1383-1385 em Portugal destacou-se pela magistral representação da causa do Mestre de Avis nas cortes de Coimbra de 1385, cujo corolário foi a aclamação dele como rei de Portugal. Loudel de D. João I, que data de 1385, séc. XIV, feito de linho, lã, seda e fio de ouro, peça de vestuário militar que foi usada pelo rei D. João I na batalha de Aljubarrota, servia para proteger o corpo da aspereza da armadura e dos golpes dos inimigos e é constituída por uma série de camadas de pano de linho acolchoado com lã, sendo revestido por um tecido verde bordado com "rodas de ramos e escudos de S.Jorge". Tríptico da Natividade é um altar portátil, explicação da sua raridade e valor mundial, cena da Natividade, nascimento do menino Jesus com a Sagrada Família, o burro e a vaca, painel lateral com cena da Anunciação do Anjo Gabriel à Virgem, e outro com a visita dos Reis Magos e a anunciação aos pastores.