Comemoração da Implantação da República em Lisboa
Lisboa, Praça do Município, cerimónia comemorativa da Implantação da República a 5 de outubro de 1910, com discurso do General António Ramalho Eanes, presidente da República.
Resumo Analítico
General António Ramalho Eanes acena a partir da varanda da Câmara Municipal/Paços do Concelho e assiste à interpretação do Hino Nacional pelo Grupo Coral da Câmara Municipal e a banda da GNR e ao hastear da bandeira nacional assegurado pelo Comandante João Sarmento Pimentel, destacando-se a presença dos convidados entre os quais Vasco da Gama Fernandes, presidente da Assembleia da República, na varanda e representantes dos três ramos das Forças Armadas e populares na Praça do Município. Lino José Góis Ferreira, presidente da Comissão Administrativa de Lisboa, Manuel da Costa Braz, ministro da Administração Interna, e José Magalhães Godinho discursam alternado com convidados na varanda; populares aplaudem; esquadrilha de helicópteros em formação. Discurso de António Ramalho Eanes sobre o significado do hastear da bandeira em 1910 e atualmente, o necessário concurso da população para o êxito de qualquer revolução, apela à reflexão sobre a história da República, lembra o carácter urgente de reformas na administração do Estado, considera inadmissível a partidarização de serviços públicos e a inadequação dos serviços às necessidades do Estado e apela à consciência do dever dos funcionários públicos e da população no respeito dos direitos, deveres e garantias de todos os cidadãos. António Ramalho Eanes refere o uso e responsabilidade da liberdade de imprensa, lembra o direito à integridade moral dos cidadãos, considera essencial o normal e justo funcionamento da justiça e dos tribunais, apela à paz social, lembra a necessidade de punir os autores dos atentados bombistas e da prática de sevícias sob pena de minar a autoridade do Estado e a confiança do povo nas instituições democráticas. Lembra a proximidade das eleições autárquicas, recorda o exemplo municipalista da Primeira República e a necessidade de corrigir os erros então praticados, evoca o parlamentarismo da Primeira República e os seus erros como base de reflexão para um correto funcionamento do novo parlamento, lembra a necessidade da vivência e ação democráticas e livres dos partidos e organizações políticas, refere a independência e carácter suprapartidário das Forças Armadas cujas funções são o garante da ordem democrática e a defesa da população e território nacional. António Ramalho Eanes apela à participação de todos na resolução dos problemas nacionais, recorda que o país não é só Lisboa e que importa eliminar formas de separatismo, considera necessário reverter as causas da emigração e o empenho de todos na recuperação nacional e conclui com um viva a Portugal seguido de aplausos e vivas ao Presidente da República, à República e a Portugal por João Sarmento Pimentel que abraça António Ramalho Eanes. Chegada de António Ramalho Eanes à Praça do Município, onde saúda a formatura com continência, recebe honras militares, passa revista a tropas e cumprimenta Vasco da Gama Fernandes, Mário Soares, primeiro-ministro, João Sarmento Pimentel e convidados; formatura na Praça do Município e interpretação do Hino Nacional pelo Grupo Coral da Câmara Municipal e a banda da GNR; populares assistem.