Excerto do filme do realizador Fernando Lopes "O Fio do horizonte" de 1993. Maria João Seixas apresenta o seu convidado. Antonio Tabucchi diz que se sente italiano mas que desde que encontrou Portugal sente que tem duas pátrias, conta que encontrou Portugal por razões literárias pelo poeta Fernando Pessoa com o poema "A Tabacaria" e que quando voltou a Paris se inscreveu na cadeira de língua e literatura portuguesa, veio para Portugal com uma bolsa de estudo numa altura cinzenta do país, conta que ficou amigo do escritor Alexandre O'Neill, casou com Maria José de Lancastre e a sua vida ficou ligada de uma forma sentimental e humana com Portugal. Antonio Tabucchi refere que se sente discípulo de Fernando Pessoa, que nos seus escritos Pessoa passou a ser uma personagem literária, sempre se interessou na vida e na obra deste poeta, considera que a sua vida é um mistério envolvente, conta que acabou de escrever um livro que retrata os últimos três dias de Fernando Pessoa intitulado "O Delírio" e explica a composição do mesmo. Antonio Tabucchi considera que Pessoa é uma paixão de coração, diz que quando saiu o seu livro traduzido para português "Requiem: un'Allucinazione" alguns críticos torceram a boca. Antonio Tabucchi lembra que Portugal passou por uma fase em que estava esquecido para o resto da Europa pois estava fechado para o Mundo e diz que já foi distinguido com a Condecoração da Ordem do Infante Dom Henrique de que muito se orgulha. Antonio Tabucchi fala da sua obra "Sostiene Pereira" em português "A firma Pereira" galardoado com o Prémio Viareggio o que é uma grande honra, e que os italianos ficaram fascinados por Lisboa. Maria João Seixas diz que considera que a materialização do que sugere Premio Viareggio nos seus livros é extremamente complicada mas que certamente o "Afirma Pereira" vai ter convites para passar ao cinema, comenta as sua obras "Piazza d'Italia" e "Il Gioco del Rovescio". Antonio Tabucchi considera Lisboa a sua primeira cidade apesar de viver em Florença e ter estudado em Pisa.