Penso, logo existo? Parte II

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Segunda parte do programa apresentado por Maria João Seixas onde entrevista Eduardo Lourenço, ensaísta, filósofo e intelectual português, sobre a identidade e história portuguesas, a integração na Europa, filosofia, poesia, política e cinema.

  • Nome do Programa: Penso, logo existo?
  • Nome da série: Quem Fala Assim...
  • Locais: Portugal
  • Personalidades: Maria João Seixas, Eduardo Lourenço
  • Temas: Artes e Cultura, Educação, História, Política
  • Canal: RTP 1
  • Menções de responsabilidade: Autoria e Apresentação: Maria João Seixas. Colaboração: Maria de Fátima Bonifácio. Produção: Rui Esteves, Maria de Fátima Cavaco e Paulo Cardoso. Realização: Fernanda Cabral.
  • Tipo de conteúdo: Programa
  • Cor: Cor
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3 PAL

Resumo Analítico

Eduardo Lourenço pensa que quando se sai de Portugal há uma vontade de recuperar, a saída é culpabilizante e há uma obsessão quase mórbida por interrogar esta "mãe" que se abandona, e chama de livrinho ao seu primeiro livro "Heterodoxia" e explica a sua intenção ao escrevê-lo e a importância que teve. Maria João pergunta se Eduardo se considera heterodoxo ao que este responde que sim, mas explica que as pessoas têm uma tendência para a ortodoxia, e considera que Portugal tem um certo atraso de ordem material, que havia a necessidade de fazer parte da Europa e agora só queremos voltar ao passado. Eduardo Lourenço, lembra que o país nunca foi tão falado como no 25 de Abril, nessa altura estava no estrangeiro e todas as primeiras páginas dos jornais falava de Portugal e apesar de não estar cá viveu muito esta revolução e considera que na altura os portugueses não tinham noção do que estava realmente a acontecer, fala do apoio que deu à candidatura à Presidência da República de Maria de Lurdes Pintassilgo. Eduardo Lourenço considera que a nova entidade da Europa está parada e desencantada, mas que está a progredir lentamente. Maria João Seixas lembra a frase polémica sobre o Império americano em que Eduardo escreveu "Já somos todos americanos", e Eduardo Lourenço diz que para ele isso é evidente e explica a sua ideia de que a civilização americana é mais dinâmica, representando todos os meios criados e inventados na civilização ocidental, que são a grande potência mundial e compara o seu nível de organização à civilização romana, e diz ter ressentimento contra aqueles que passivamente ocupam o lugar do escravo. Eduardo Lourenço lembra que a União Soviética é a segunda potência guerreira mundial, mas que teve uma ação conquistadora e que quando a visitou sentiu-se numa Roma antiga, afirma que gosta de cinema que o cinema português é um cinema de poetas, que tem uma qualidade diferente dos outros tipos de cinema, fala do cinema espanhol e diz que adora o cineasta Victor Erice, pois é uma síntese de todas as extravagâncias, e que os americanos sobressaem nesta área porque veem o quotidiano como uma coisa épica. Eduardo Lourenço sublinha que falta audácia ao cinema português e atribui o facto a razões de ordem económica. Eduardo Lourenço num jardim a ler trechos da sua obra "Europa Desencantada".

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