Da vida dos cómicos – Parte II
Segunda parte da entrevista de Maria João Seixas a Ricardo Pais, encenador, Manuel Graça Dias, arquiteto e cenógrafo, João Grosso, ator, e Luís Madureira, cantor e ator, sobre o teatro, a paixão por esta arte, a desintegração entre cultura teatral e educação e a peça "Clamor" de Luísa Costa Gomes, encenada por Ricardo Pais e participação dos atores em estúdio.
Resumo Analítico
Encenador explica o fascínio pelo teatro. Manuel Graça Dias clarifica o processo de elaboração de cenários, fugindo às imposições programáticas e criando uma abertura acima das requisições do encenador. Luís Madureira salienta a necessidade da existência de regras quer na cenografia quer no trabalho do ator, para a transmissão da mensagem, e o envolvimento de sensações fortes facultadas pela experiência do teatro, seja enquanto ator ou espectador. Ricardo Pais comenta a ausência de estrutura teatral em Portugal e de articulação entre a educação e a cultura. João Grosso fala acerca da falta de dramaturgia portuguesa. Luís Madureira clarifica que o teatro não é exclusivamente palavra, encenador indica a incapacidade do espectador médio português perceber a dramaturgia. Luís Madureira critica o atraso cultural do país, a falta de apoios e marketing muito pobre. João Grosso refere-se à possibilidade de criação teatral sobre uma estrutura delineada, graças ao tempo de preparação, e às artes de representação como uma via de transformação do comportamento dos atores e dos espectadores. Rubrica "Ópera Imaginária": Ópera em filme de animação "Vesti la Giubba", de Ken Lidster.