Quem conta um conto… – Parte II
Segunda parte da entrevista moderada por Maria João Seixas a Isabel Cardigos, autora de tese sobre contos de fadas, e José Joaquim Dias Marques, especialista em romances, ambos professores na Universidade do Algarve e nesse âmbito criadores do Centro de Estudos Ataíde Oliveira, onde estudam o empobrecimento da tradição oral desde o século XV à atualidade, sobre o romance e os contos de fadas, a mudança de público-alvo e a dificuldade na recolha de contos e na recriação de novas versões pela falta de tempo e predisposição dos contadores.
Resumo Analítico
Isabel Cardigos refere a adaptação às crianças dos contos de fadas e dos rituais de jogos, anteriormente considerados rituais, passagem à idade adulta retratada nos contos de fadas, proliferação de interpretações dos contos devido à transmissão oral dos mesmos ao longo dos tempos, lê "A Cara de Boi" da coletânea do escritor Teófilo Braga e explica as aventuras do herói e da heroína da história. José Marques explica a parte reduzida do maravilhoso no romance, a temática de incesto no romance da "Delgadinha" e introduz e lê o romance "A esposa de Dom Garcia", dá exemplos da temática dos mouros e cristãos presente no romance. Isabel Cardigos enuncia o nivelamento entre o homem e a mulher no romance, a passagem dos contos de mães para filhos, os níveis de compreensão das histórias diferentes consoante quem as ouvia, a abrangência mundial do conto "Cinderela" e a análise ao movimento pendular riqueza versus pobreza da protagonista. Rubrica "Ópera Imaginária": Filme de ópera animada "Cinderella", de Stephen Palmer.