Todo o livro é literatura? – Parte II
Segunda parte da entrevista de Maria João Seixas a Clara Ferreira Alves, crítica literária, Augusto Abelaira e Eduardo Prado Coelho, escritores, sobre a existência de literatura para além dos livros, a apreensão do quotidiano a partir da leitura de palavras escritas e a atividade do crítico na mediação da literatura.
Resumo Analítico
Eduardo Prado Coelho aborda a evolução do trabalho como crítico literário até ao "privilégio da injustiça" que define como a liberdade associada ao desenvolvimento só das obras que lhe interessa partilhar. Clara Ferreira Alves elogia o jornalismo literário e os romances de Martin Amis expondo o problema da tradução, e diferencia a competência crítica da de criação. Augusto Abelaira confessa a importância de conhecer a genialidade de grandes autores antes de os ler. Prado Coelho analisa a aproximação da literatura ao quotidiano, sugerindo que é a literatura que perceciona pessoas e situações literárias sem palavras, e a educação do gosto pessoal. Clara Alves salienta a penosidade frequente da leitura e refere a preguiça associada à exploração literária fidelizando-se aos seus autores preferidos. Abelaira aponta a busca contínua pela melhor forma de contar uma história, a reprodução modelada dos mesmos tópicos literários desde os clássicos gregos e a vertente literária de alguns cientistas. Prado Coelho comenta o espaço comum entre a astrofísica e a literatura e a criação de teorias que se revelem mundos possíveis. Clara Alves salienta a técnica literária para a formação de personagens romanescas e a Auto descrição da vida pelos poetas. Abelaira revela a criação de laços de amizade entre si e personagens literárias. Rubrica "Ópera Imaginária": De Cristophe Vallaux e Pascal Roulin, o tema "Les Petits Chanteurs à la Croix de Bois" ilustrativo da obra "Carmen" de Georges Bizet.