A língua portuguesa é muito traiçoeira? – Parte II

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Segunda parte do debate moderado por Maria João Seixas sobre as "traições" da língua portuguesa na comunicação oral e escrita, a evolução do método de aprendizagem da língua nas escolas e as diferenças entre a componente falada e redigida com um painel de convidados composto por Isabel Hub Faria, linguista e professora, e Miguel Esteves Cardoso, sociólogo, político e fundador do semanário "Independente".

  • Nome do Programa: A língua portuguesa é muito traiçoeira?
  • Nome da série: Quem Fala Assim...
  • Locais: Portugal
  • Personalidades: Maria João Seixas, Isabel Hub Faria, Miguel Esteves Cardoso, Paula Oudman, Max
  • Temas: Artes e Cultura, Educação, Sociedade
  • Canal: RTP 1
  • Menções de responsabilidade: Autoria e Apresentação: Maria João Seixas. Colaboração: Maria de Fátima Bonifácio. Produção: Rui Esteves, Maria de Fátima Cavaco e Paulo Cardoso. Realização: Fernanda Cabral.
  • Tipo de conteúdo: Programa
  • Cor: Cor
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3 PAL

Resumo Analítico

Isabel Hub Faria queixa-se da falta de objetivos da escola e critérios de avaliação final dos adolescentes. Esteves Cardoso apoia a afirmação anterior exemplificando que o nível mais básico não é considerado nas escolas. Isabel Hub Faria lamenta ter-se perdido o costume de contar histórias e reforça a necessidade de distinguir aprendizagem da língua materna de uma qualquer estrangeira apoiada por Esteves Cardoso, referindo a necessidade de haver mais tempo para que os alunos associem a aprendizagem da língua ao prazer de bem falar. Isabel Hub Faria e Esteves Cardoso reforçam a importância da leitura e da interpretação da língua, Miguel Esteves Cardoso reafirma que gosta de ouvir português falado e Isabel salienta a importância de se falar das matérias que se conhece como meio de falar melhor. Isabel Hub Faria relaciona a preocupação com os erros e a democratização da língua pós 25 de Abril através do acesso mais alargado de vários tipos de falantes à comunicação social, distingue os indicadores sociais dos linguistas na comunicação e afirma a preferência por formas diferentes das tradicionais para se expressar porque a riqueza das línguas só se manifesta entre a comunidade e não umas entre as outras. Esteves Cardoso afirma que considera a língua inglesa mais rica do que qualquer outra africana, comenta a libertação do uso da língua pós 25 de Abril, queixa-se da falta de liberdade jornalística e critica a sociedade portuguesa pela necessidade de educar os mais modestos ignorando o seu conhecimento, intercalado com declarações de Isabel Faria sobre a necessidade de treinar os alunos nas escolas para a aprendizagem da língua a diversos níveis reforçando a necessidade da pré-compreensão antes da análise de grandes obras. Esteves Cardoso salienta a beleza do português face às outras línguas estrangeiras aprendidas. Isabel Hub Faria afirma-se contra a dobragem, para que possa haver uma maior apreensão das outras línguas. Esteves Cardoso apoia a afirmação de Isabel notando a importância da televisão como meio de comunicação de massas. Isabel Hub Faria defende que o acesso ao Mundo combate o analfabetismo das pessoas e acrescenta que apesar de existirem palavras por substantivar há a necessidade de recriação e utilização das palavras já existentes. Esteves Cardoso critica a expressão "no princípio era o verbo" introduzida pela apresentadora, mas justifica a utilização da expressão pelo povo judeu devido à importância da palavra para este. Maria João Seixas agradece aos convidados a presença no programa e apresenta a montagem de fotografias de Paula Oudman da série "Souvenirs" ao som da música de Max "A Mula da Cooperativa" com fotografias a p/b de indivíduos sentados em cima de mulas.

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