Convenção da Esquerda Democrática – Parte I
Primeira parte do debate moderado pela jornalista Margarida Marante com os membros da Comissão Organizadora da Convenção da Esquerda Democrática, António Barreto, PS, e Strecht Ribeiro, Independente, e representantes dos partidos de esquerda não participantes, Glória Padrão, PRD, e Ângelo Veloso, PCP, sobre a divisão da Esquerda em Portugal.
Resumo Analítico
Ângelo Veloso, não concorda com a divisão da Esquerda em Portugal mas adianta que existem preconceitos anticomunistas; Glória Padrão aponta como principal motivo para a divisão de Esquerda a discussão de questões de poder, em vez de uma discussão de objetivos. 08m00: António Barreto traça uma distinção entre Esquerda democrática e Esquerda comunista e como principais obstáculos à separação da esquerda, assim como o PRD, por ter surgido em torno da figura do General António Ramalho Eanes e como oposição ao Partido Socialista, e o PCP pela sua posição face ao regime democrático; Strecht Ribeiro aponta a postura perante a democracia política, distinguindo a Esquerda Democrática da comunista, para a falta de união e sublinha a importância da Convenção de Esquerda, ao pôr em contacto membros de uma mesma família política. 17m40: Sobre a avaliação do desempenho da esquerda nos últimos 10 anos Glória Padrão põe em relevo o 25 de Abril e a transformação política e cultural que acarretou; afirma que o PRD surgiu para ocupar o espaço entre o PS e o PSD e, ao mesmo tempo, para dar respostas que, na sua opinião, o PS não tem capacidade para dar; Ângelo Veloso destaca, nos últimos 10 anos, a liberdade política, a democracia e o fim do colonialismo, e levanta a questão do anticomunismo por parte da Esquerda Democrática e acusa António Barreto (ex-Ministro da Agricultura e Pescas) de ser responsável na contrarrevolução da reforma agrária e da entrega de terras aos antigos latifundiários; Strecht indica que uma das maiores dificuldades da Esquerda é a falta de um debate de ideias frutífera entre o PS e o PCP; Ângelo Veloso confirma que a democracia política é um valor indispensável para o PCP.