Entrevista a Álvaro Cunhal – Parte I

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Primeira parte do programa apresentado pelos jornalistas Henrique Garcia e José Teles, com entrevista a Álvaro Cunhal, Secretário-Geral do PCP, abordando temas de política nacional e internacional, com especial destaque para a Perestroika em curso na União Soviética e as suas consequências para o movimento comunista internacional.

  • Nome do Programa: Entrevista a Álvaro Cunhal
  • Nome da série: 1ª Página
  • Locais: Lisboa
  • Personalidades: Henrique Garcia, José Teles, Álvaro Cunhal
  • Temas: Política, Sociedade
  • Canal: RTP 1
  • Menções de responsabilidade: Apresentação: Henrique Garcia e José Teles. Produção: Teresa Claro. Realização: Manuel Tomás.
  • Tipo de conteúdo: Notícia
  • Cor: Cor
  • Som: Mono
  • Relação do aspeto: 4:3 PAL

Resumo Analítico

Jornalista Henrique Garcia apresenta o convidado; Álvaro Cunhal garante que a sua saúde está completamente recuperada e adianta que já regressou ao trabalho intenso; o líder comunista afirma que a situação do país é trágica e acusa o Governo de agravar ainda mais os problemas do povo; garante que não tem opiniões contrárias às do seu partido; jornalista José Teles interroga o Secretário-Geral do PCP. 05m00: Sobre a Perestroika na União Soviética, Álvaro Cunhal diz que, durante a sua recente e longa estadia neste país teve oportunidade de formar uma opinião mais documentada sobre este assunto e adianta que se trata de uma política de avanço do socialismo corrigindo erros e atrasos do passado; sublinha que tanto ele como o seu partido olham com entusiasmo para a Perestroika; diz que os comentadores ocidentais fantasiam quando dizem que a Perestroika é o recurso às soluções do capitalismo; lembra que não há um modelo único de sociedade socialista e que as diferenças são notórias de país para país; refere que o programa do seu partido para Portugal tem em conta as experiências positivas e negativas das sociedades socialistas; Cunhal lê alguns artigos da Declaração Universal dos Direitos do Homem e afirma que não estão a ser respeitados no nosso país; sublinha que as pessoas falam de Direitos Humanos no Leste da Europa sem terem a preocupação de verem se no seu próprio país esses direitos são respeitados. 11m30: Cunhal diz que tanto ele como o PCP estão bem informados quanto à Polónia mas reconhece não estar em condições de avaliar se a legalização do sindicato Solidariedade corresponde a um abandono, por parte desta organização, da linha contra-revolucionária; garante que o socialismo conseguiu resolver problemas estruturais das sociedades que nenhum país capitalista pode ainda resolver e dá alguns exemplos. 15m17: Lembra que desde há muitos anos que o PCP condenou o estalinismo; afirma que a recente saída de mais de uma centena de dirigentes dos órgãos de cúpula do PC soviético se deve à vontade dos próprios que, sendo idosos, pediram para serem substituídos, embora apoiem a Perestroika; nega, no entanto, que o resultados das votações internas naquele partido estejam a ser tornadas públicas e adianta que são apenas algumas. 20m04: Afirma que cada partido comunista tem métodos de trabalho próprios e garante que há democracia interna no PCP, apesar dos resultados das votações dentro dos seus órgãos continuarem a ser secretos; defende que o voto secreto e o voto de braço levantado, dentro de uma reunião partidária, têm o mesmo valor democrático; Cunhal garante que as mudanças no Leste europeu não estão a provocar divisões dentro do seu partido; afirma que dentro do PCP todos os militantes têm direito à sua própria opinião, adiantando que o mesmo não acontece noutros partidos portugueses; recusa comentar a saída de Zita Seabra e diz que o assunto ficou completamente resolvido no último congresso do seu partido.

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