Entrevista com Diogo Freitas do Amaral
Entrevista conduzida pela jornalista Judite de Sousa a Diogo Freitas do Amaral, sobre os factos que mais têm marcado a atualidade informativa.
Resumo Analítico
Temas em análise: Programa do Governo, nomeadamente as medidas de cariz económico; justeza da atribuição da pasta da Defesa a Paulo Portas; situação política na Venezuela; recusa, por parte de Israel, da proposta para a colocação de uma força multinacional nos territórios ocupados da Palestina. Pontos mais importantes da entrevista a Diogo Freitas do Amaral: - Compreende o adiamento do chamado "Choque Fiscal", pois "...o governo (...) com uma situação financeira grave e com umas contas públicas completamente desequilibradas, não podia agora estar a diminuir impostos...". - O governo deverá impor austeridade ao próprio Estado, para dar o exemplo à população, correndo o risco, se não o fizer, de a Opinião Pública lhe deixar de ser favorável. - Relativamente à retoma do plano de privatizações, por parte do governo, é correta ao nível programático (pois ao nível privado essas empresas poderão ser melhor geridas) e é oportuna (ao nível de encaixes financeiros para o próprio Estado). - Relativamente à possível privatização da RTP, defende que o governo terá de ter contacto com a realidade (conhecer bem a situação da RTP por dentro), sendo necessária a sua existência "...tem de haver uma boa empresa de Serviço Público de Televisão...". - A alteração das leis laborais é uma das questões mais delicadas para este governo, pois é difícil conciliar medidas de rigor económico, com medidas de justiça social "...a grande capacidade política deste governo vai ser testada aí...". - A pasta da Defesa, atribuída a Paulo Portas, é uma pasta digna e à altura da posição do 2º partido da coligação PSD/CDS-PP. - A divisão de pastas entre os dois partidos terá sido justa "...o CDS foi bem tratado...", as pessoas escolhidas para as mesmas foi correta (embora no caso de Celeste Cardona, não seja conhecido o seu desempenho governativo, pois nunca aconteceu). - Relativamente ao Golpe de Estado na Venezuela, afirma não ter qualquer tipo de simpatia política por Hugo Chávez, mas, apesar disso, ele é amado pelo povo e foi eleito democraticamente, num país com uma longa tradição democrática, o que torna o golpe condenável. - Acredita que a situação de guerra entre Israel e os palestinianos está para durar "...Sharon está a dar sinais de que pouco lhe falta para se transformar num neonazi (...) o Presidente Bush e a maioria do seu governo estão a contemporizar com Ariel Sharon...". - Acusa a Europa de se manter "vergonhosamente" calada em relação ao conflito Israelo-Palestiniano, "...falta sobretudo coragem política...".