Entrevista a Carlos Carvalhas
Entrevista conduzida pela jornalista Judite Sousa a Carlos Carvalhas, secretário-geral do PCP, sobre os factos que mais têm marcado a atualidade informativa.
Resumo Analítico
Pontos mais importantes da entrevista a Carlos Carvalhas: - Relativamente à hipotética expulsão de João Amaral afirma que "...como Secretário-Geral não falo da vida interna do meu partido..." e espera que se restabeleçam os laços de respeito mútuo dentro do partido. - Como justificação para o afastamento das listas, afirma que as posições tomadas por João Amaral, no 16º Congresso e em diversos órgãos da Comunicação Social "...fragilizariam a sua candidatura...". - Acusa Ferro Rodrigues de recuperar teses formuladas por militantes comunistas (relativamente ao afastamento entre PS e PCP), que não correspondem à realidade pois o seu partido ajudou a aprovar diversas propostas de Lei. - Na questão das farmácias sociais defende que elas não resolvem o problema do preço do medicamento, pois existe um conjunto de medicamentos que ficam mais baratos se forem distribuídos pelo Serviço Nacional de Saúde do que comparticipados. - Está disponível para analisar um possível acordo de Esquerda (pós-eleitoral), mas tudo depende do número de votos obtidos (da correlação de forças entre o PS e PCP). - É contra a Maioria Absoluta. - Como medidas de governação propõe a continuação da reforma sobre o Imposto de Rendimento; reposição da tributação das Mais-Valias; diminuição do IRS das famílias numerosas; retirar gradualmente a dedução específica; avançar com o imposto sobre o património mobiliário e imobiliário; acabar com a Sisa, a Contribuição Autárquica e o imposto sobre as Sucessões e Doações; dar meios à Administração Fiscal para combater a fuga aos impostos. - Como razões para a perda de votos aponta a pouca divulgação, por parte da Comunicação Social, das propostas do PCP (esta só se interessa pelos problemas internos do partido). - Vê o futuro do PCP com confiança, embora com algumas dificuldades (bipolarização artificial promovida pelos comentadores dos dois principais partidos). - Defende que uma aproximação com o PS terá de ser feita por este partido, pois o mesmo tem que mudar a sua política. - O Comité Central saberá analisar as questões que assolam o partido sem ser necessário realizar um congresso extraordinário (tem que se ter em atenção o caderno de encargos e ouvir as bases do partido).