Presidenciais 91: Debate entre Carlos Marques e Basílio Horta – Parte I
Primeira parte do debate moderado pelo jornalista Mário Crespo entre Carlos Marques, candidato da UDP, e Basílio Horta, candidato do CDS, para as eleições presidenciais que se realizam a 13 de janeiro de 1991, sobre as competências do Presidente da República à luz da Constituição e questões da política nacional.
Resumo Analítico
Basílio Horta, militante do CDS é da opinião que o Presidente da República só pode atuar dentro das competências que a Constituição lhe atribui mas que a função política depende da interpretação pessoal de cada pessoa que desempenha o cargo. 06m46: Carlos Marques, apoiado pela UDP, faz votos para que, neste debate se discuta questões que interessam aos portugueses e não questões pessoais; acrescenta que a candidatura de Basílio Horta lhe parece de extrema-direita e não de Centro-Direita, como o candidato afirma; Horta lembra que ninguém é intocável e justifica a sua estratégia num anterior debate com o candidato Mário Soares e atual Presidente da República; Carlos Marques garante que não tem nada contra a forma desse debate, mas sim contra a falta de conteúdo do mesmo, e adianta alguns dos temas que gostaria que Soares e Horta tivessem debatido para que o eleitorado ficasse a conhecer o seu pensamento; explica como, em sua opinião, o Presidente da República deve atuar para resolver o problema da habitação. 13m50: Basílio Horta lembra que defende uma sociedade baseada nos valores da democracia cristã e sublinha que esse aspecto marca a diferença entre a sua candidatura e a de Carlos Marques; candidato da UDP diz que uma coisa é a teoria de Basílio Horta e outra a prática, e lembra que entre os apoiantes do candidato de Direita estão alguns dos maiores capitalistas portugueses. 18m29: Basílio Horta reconhece que António Champalimaud, empresário português, faz parte da sua Comissão de Honra e lembra que faz parte do grupo de pessoas espoliadas dos seus bens a seguir ao 25 de Abril de 1974, criticando a atuação do Estado em relação a esses mesmos bens; acusa Carlos Marques de se incomodar com os grandes empresários portugueses mas de não ter a mesma atitude em relação a grandes empresários estrangeiros que estão a comprar empresas nacionais; Carlos Marques condena a atitude perante o conflito em Timor; acusa Champalimaud de ser um monopolista. 25m01: Basilio Horta garante que também é contra os monopólios e lembra que a primeira lei da concorrência, em Portugal, depois do 25 de Abril, foi feita por si enquanto Ministro do Comércio; defende que as empresas privadas são o grande factor de justiça social; adianta que é preciso mais justiça no aumento das pensões aos reformados.