Quem Dera que a Gente Tenha
Programa de informação sobre o projeto de autoconstrução do bairro da Associação de Moradores 25 de Abril, na Meia Praia, em Lagos, lançado por iniciativa do Estado em 1975 ao abrigo do Serviço Ambulatório de Apoio Local (SAAL), mas que após 40 anos ainda aguarda o reconhecimento dos poderes públicos. Aí vivem cerca de 300 pessoas em casas sem escritura nem arruamentos, lado a lado com um campo de golfe e empreendimentos turísticos, e que por estar construído em domínio público marítimo junto às dunas está sinalizado para ser demolido, uma reportagem da autoria do jornalista Duarte Baltazar.
Resumo Analítico
Reportagem suportada pelos testemunhos dos moradores: Custódia Espada, Cátia Espada, Maria de Deus, José e Rosa Romão, Amaro Romão, Fernando Filipe Romão, Luis Dias, Manuel António, Maria Rita Viegas, João e Lurdes Rosa, Armando Romão, Sibila Guerreiro, Fernando Manuel Romão, Eduardo Bartolomeu, Maria do Carmo Ferreira, Pedro Romão, Fátima Espada e Cândido Espada; Alicia, Núria e Dinis, criança; José Veloso, Arquiteto do Bairro da Associação de Moradores 25 de Abril; Joaquina Matos, Presidente da Câmara Municipal de Lagos; José Bartolomeu, Presidente da Associação de Moradores 25 de Abril; Paulo Guileira, ex-morador; recurso ao documentário “Continuar a Viver ou Os Índios da Meia Praia” de 1976, do Realizador António da Cunha Telles, subsidiado pelo Instituto Português do Cinema, e imagens do Arquivo RTP. Carrinha/camioneta municipal transporta as crianças em idade escolar; familiares esperam e recebem as crianças; crianças brincam na rua entre elas e com cão, jogam à bola na praia. 06m38: Idoso rega plantas no terraço com um regador. 08m00: Turistas à porta de hotel; banhista numa praia algarvia; apeadeiro/estação de comboios da Meia Praia. 13m37: Inauguração do bairro – imagens em super 8, de Francisco e Miguel Veloso (1976); bairro clandestino; homem chama pombos com apito; pombal; habitação do bairro pintada de branco e vermelho; fotografias de família; estendais de roupa com molas e poucas peças de roupa estendidas. 15m17: Homem grelha linguados num fogareiro de pé alto; crianças andam de patins em linha; mulher idosa pendura chinelos de quarto/pantufas num estendal; casario; estendal com peças de roupa de muitas cores e todas do mesmo tamanho; drone – comboio circula paralelo ao bairro; muro separa o bairro de um campo de golfe. 17m37: Vistas aéreas de Lagos (drone); dunas na praia; bairro na praia (drone); documento afixado na entrada do bairro – despacho de 76 que declara o terreno como sendo de interesse publico; dunas; pessoas jogam golfe. 21m06: Barco de pesca “Imperatriz”, homem ao leme; pescadores descarregam caixas com peixe; plano próximo de abelha numa flor; ondas batem na areia; lota; peixe em caixas plásticas cor de laranja; pescador concerta rede de pesca; pescador tira as tripas ao peixe; obras de recuperação e reconstrução das habitações; homens no café, jogam bilhar e às cartas; mulheres à mesa do café; crianças correm na praia em direção à água e tomam banho, vestidas; mulheres cantam fado na cozinha; drone – bairro; nas duras, atuação de fadista acompanhada à guitarra, que canta “Meu Amor Marinheiro” intercalada com as rotinas diárias do bairro.